A Casa Branca está desde Dezembro a avaliar o fornecimento de munições de fragmentação à Ucrânia. As armas são conhecidas por causar ferimentos graves em civis, especialmente crianças, e são proibidas em mais de 100 países. Cinco dias depois do início da guerra, a então secretária de imprensa de Biden, Jen Psaki, respondeu a relatos de que a Rússia estava a usar bombas de fragmentação, acusando o Kremlin de crimes de guerra.

O regime de Biden está a fazer tudo o que é possível para arruinar os últimos vestígios de um difuso “bom nome” que os Estados Unidos possam alguma vez ter tido no palco mundial. Biden abriu a fronteira com o México, inundou os EUA com milhões de imigrantes ilegais, rendeu-se aos talibãs, armando os bárbaros com 80 mil milhões de dólares em equipamento militar, destruiu o sector energético dos EUA, emitiu moeda sem freio, até criar a presente onda inflaccionária, prendeu opositores políticos, indiciou o principal candidato da oposição, reprimiu os direitos da Primeira Emenda, e envolveu-se numa guerra por procuração na Ucrânia que está a levar o mundo para o abismo de uma Terceira Guerra Mundial. Nada mal para uma administração conduzida por um velhinho imbecil e demente.

Para enriquecer esta lista de desastres, a administração pondera enviar milhares de bombas de fragmentação para a Ucrânia, para ajudar as forças de Zelensky a destruir as defesas russas entrincheiradas nas linhas de frente, apesar destas bombas terem sido proibidas em 120 países. E serem ilegais mesmo no contexto do arsenal bélico norte-americano.

O governo Biden está a avaliar a decisão e deve anunciar em breve que enviará milhares delas como parte de um novo pacote de ajuda militar no valor de 800 milhões de dólares.

As munições de fragmentação explodem e dispersam uma série de bombas menores numa área ampla. Dado esse vasto raio de acção, a população civil é frequentemente vítima das deflagrações. Mais de 120 nações assinaram um tratado de 15 anos proibindo o seu uso, mas a Ucrânia e a Rússia não estão incluídas nesse pacto.

Quando, cinco dias após o início da guerra, Jen Psaki, então secretária de imprensa da Casa Branca, foi questionada sobre o uso russo de munições de fragmentação, respondeu assim:

“Vimos os relatórios. Se isso for verdade, trata-se potencialmente um crime de guerra.”

A Casa Branca alterou agora a sua posição e está a revogar uma lei que proíbe a transferência de munições com uma margem de erro superior a 1 por cento. Aparentemente, a decisão foi já tomada numa reunião de altos funcionários de segurança nacional na semana passada, segundo o The New York Times, mas ainda não foi tornada pública.

O secretário de Estado, Antony Blinken, estava entre aqueles que se opunham à péssima ideia, mas concordou relutantemente que estas armas são essenciais para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra.

A Casa Branca esperava que a ofensiva de verão da Ucrânia fosse tão bem-sucedida que não seriam necessárias mais ajudas, mas Volodymyr Zelensky argumentou que as munições de fragmentação são a melhor maneira de matar os russos que estão entricheirados e bloqueiam a contra-ofensiva da Ucrânia para retomar o território perdido.

A decisão provavelmente enfrentará duras críticas dos aliados dos EUA, que se opõem ao seu uso. Este tipo de munições são proibidas em quase toda a Europa Ocidental todos os países da América Central e a maior parte da África subsaariana. Os EUA usaram munições de fragmentação pela última vez numa batalha no Iraque em 2003, decidindo nessa altura abandonar o seu uso, quando o conflito começou a ser travado em centros urbanos, com populações civis mais densas.

Os Estados Unidos agora terão que avaliar cuidadosamente a ‘taxa de insucesso’ das munições que planeiam enviar para a Ucrânia. Algumas de suas munições de fragmentação existentes têm uma taxa perigosamente alta – ou seja: não explodem e, portanto, ficam enterradas à superfície do solo até que alguém, muitas vezes um civil, tropece nelas.

O Washington Post informou na quinta-feira que o nível padrão de ‘taxa de insucesso’ de um por cento seria anulado, o que significa que as munições com maior probabilidade de mau funcionamento podem ser enviadas para a Ucrânia, dada a procura e a urgência. Os críticos anunciaram que a decisão vai custar vidas inocentes.

Mary Wareham, directora da divisão de armas da Human Rights Watch comentou a decisão do Regime Biden nestes termos:

“É desanimador ver o antigo padrão de 1% de artilharia não detonada para munições de fragmentação revertido, pois isso resultará em mais insucessos, o que significa uma ameaça ainda maior para os civis. A falta de transparência sobre como esse número foi alcançado é decepcionante e não tem precedentes.’

Os proponentes argumentam que a Rússia já está a usar a controversa arma na Ucrânia e que as munições que os EUA fornecerão têm uma taxa de insucesso reduzida, o que significa que haverá muito menos cartuchos não detonados que podem resultar em mortes não intencionais de civis.

As munições são lançadas pelas mesmas armas de artilharia que os EUA e os seus aliados já forneceram à Ucrânia. A bomba de fragmentação é uma opção atraente porque ajudaria a Ucrânia a destruir mais alvos com menos disparos e, como os EUA não as usam em conflitos desde o Iraque, têm grandes quantidades delas armazenadas que podem ser acedidas rapidamente.

Uma carta de março de 2023 assinada por republicanos da Câmara e do Senado e enviada à administração Biden instou a Casa Branca a enviar estas munições que as forças americanas não usam, de forma a aliviar a pressão sobre os suprimentos de guerra dos EUA.

“As munições de fragmentação são mais eficazes do que os projécteis de artilharia unitária porque infligem danos numa área mais ampla. Isso é importante para as forças ucranianas enquanto tentam limpar as posições russas fortificadas.”

O uso de bombas de fragmentação não viola o direito internacional, mas usá-las contra civis pode ser uma violação Determinar um crime de guerra requer verificar se o alvo era legítimo e se foram tomadas precauções para evitar baixas civis. Sobre este assunto, o director associado da Human Rights Watch, Mark Hiznay, disse à Associated Press.

‘A lei internacional condena os ataques indiscriminados contra civis. Isso não está necessariamente relacionado com as armas, mas com a maneira como as armas são usadas.”

As forças russas usaram bombas de fragmentação na Ucrânia em várias ocasiões, de acordo com líderes do governo ucraniano. Observadores independentes e grupos humanitários reconheceram que a Ucrânia também as usa.

Numa outra espantosa e eticamente discutível inversão de estratégia, o Pentágono declarou em Novembro do ano passado que não descartará o uso de armas nucleares contra inimigos sem essa mesma capacidade. A nova Estratégia de Defesa norte-americana rejeita os limites à utilização de armas nucleares, advogados pelos defensores do controlo de armamento e até por Joe Biden, na campanha para as presidenciais de 2020, justificando a alteração de filosofia com as ameaças crescentes da Rússia e da China.

Neste contexto, onde fica a posição moral do Ocidente?