Não é preciso concordar ou discordar com a idade da reforma em França para perceber o que aqui está em progresso é, mais uma vez e por vezes sem conta, a guerra civil que as elites espoletaram sobre as massas.

 

 

Qualquer pessoa cujo cérebro consiga gerar sinapses já percebeu que o conflito fundamental do nosso tempo não se trava na Ucrânia. Trava-se nos intestinos do Ocidente. Entre líderes e liderados.

Na Holanda, a vontade popular ganhou uma batalha, como aconteceu, mais ou menos, em Itália. Mas será difícil ganhar a guerra, porque as pessoas estão a acordar muito tarde para a realidade distópica que foi meticulosamente montada no Ocidente.

 


 

Mais: a destruição decorrente dos protestos e motins que vão certamente acontecer por toda a Europa nos próximos anos a propósito das políticas elitistas-globalistas só beneficia os poderes instituídos. Primeiro porque a filosofia operacional dos agentes totalitários é a do quanto pior, melhor. O caos é amigo do Great Reset. Depois porque vai legitimar restrições cada vez mais draconianas aos direitos e liberdades dos cidadãos.

A recessão profunda em que estamos a cair só vai agravar as tensões que estão à flor da pele social. A repressão vai aumentar de intensidade. Vamos assistir nos próximos anos a tumultos inéditos no contexto do último meio século. Esses tumultos vão ser capitalizados para instaurar estados de emergência, suspensões constitucionais e libertar poderes férreos e ditatoriais sobre as populações.

O clico vicioso de violência e repressão, de empobrecimento e autoritarismo vai ser muito difícil de romper. Tanto mais que a única solução pacífica para alterações radicais nas lógicas de regime já não tem qualquer impacto ou significado na governação das nações. A representação não existe porque as super-estruturas das sociedades são hoje interpretadas e conduzidas por uma oligarquia trans-partidária e supra-ideológica, de inspiração corporativa, que une esforços para mais eficazmente desenvolver a guerra declarada contra a liberdade, a identidade e a prosperidade dos povos.

 

Se Trump for preso, melhor para ele. E para nós?

Entretanto, nos Estados Unidos, correm rumores cada vez mais credíveis que o aparelho democrata se prepara para prender Donald Trump, a propósito de um processo judicial constituído pela procuradoria de Manhattan, que o acusa de, em 2016, ter pago a uma prostituta para silenciar a relação que com ele mantinha, de forma a proteger a sua campanha do facto pornográfico.

 

 

Em circunstâncias normais, esta decisão seria ponderada extra-judicialmente, porque Trump é o provável candidato republicano às próximas eleições presidenciais, porque as acusações têm valor judicial praticamente nulo e são impossíveis de provar (Trump pode facilmente alegar que pagou o silêncio da prostituta para salvar o seu casamento, por exemplo) e porque casos como estes ocorreram para lá de mil vezes, impunemente, na história eleitoral dos EUA, de Bill Clinton a Lyndon Johnson.

Mas no actual estado psicótico e ditatorial da federação, não há como frear os ímpetos dos poderes instituídos: a direita é política e socialmente inoperante e as tais forças conservadoras de fundo que o Regime Biden não se cansa de demonizar não representam qualquer ameaça ao livre curso das ambições totalitárias. A ser preso, Trump, para desgosto do seu ego, não irá observar qualquer distúrbio significativo.

Até porque o construtor civil de Queens não tem legitimidade nenhuma para apelar à rebelião. A verdade é que deixou muitos dos manifestantes de 6 de Janeiro a apodrecer nas cárceres de um processo kafkiano, de pura perseguição política, alheio às regras de qualquer estado de direito. Nem apoio jurídico se lembrou de prestar aos seus incondicionais apoiantes.

De qualquer forma e muito provavelmente, Donald nem deve estar a encarar com maus olhos a hipótese do encarceramento, até porque:

 


Preso ou liberto, censurado ou a espalhar brasas por tudo o que é rede social, doente ou saudável, Trump continua a ser a figura preferida pela direita americana para concorrer a inquilino da Casa Branca em 2024. Na perspectiva do ContraCultura, não é de todo o melhor candidato. O senhor tem a idade que tem, o feitio que tem, a fanfarronice que é a sua imagem de marca e um legado presidencial que incluiu muitos erros cruciais, das vacinas Covid ao staff que recrutou e que estava repleto de traidores à causa populista, incluindo personagens sinistros como o genro Jared Kushner, o falcão do pentágono John Bolton e o assassino Anthony Fauci.

Trump só vai criar divisões e caos na federação. Isto embora a federação já esteja dividida quanto baste e caótica até à medula. Se for eleito, a guerra civil que grassa nos Estados Unidos da América desde o segundo mandato de Obama vai ganhar intensidade inaudita, promovendo, talvez, a cessação.

A longo prazo isso pode não ser necessariamente mau, mas no curto e médio prazo a implosão da América teria impactos radicais a nível global, tanto no contexto económico como geo-político, oferecendo à China, de mão beijada, a liderança mundial.

Paul Joseph Watson articula sobre o assunto deixando no ar a pergunta óbvia: não seria melhor para a América e para o mundo se Ron DeSantis fosse o candidato republicano às próximas presidenciais?