Depois da sua camarada alemã ter declarado guerra à Rússia, a Ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, admitiu que o objectivo a longo prazo do envolvimento ocidental na Ucrânia não é meramente o de derrotar Moscovo neste território, mas o de provocar uma “mudança de regime” no Kremlin.

Joly fez estes alucinados e perigosos comentários enquanto o seu governo anunciava novas sanções contra a importação de alumínio e aço russos.

“Somos capazes de ver o quanto estamos a isolar o regime russo neste momento – porque precisamos de o fazer económica, política e diplomaticamente – e quais são os impactos também na sociedade, enquanto observamos uma potencial mudança de regime na Rússia. O objectivo definitivo é fazer isso, é enfraquecer a capacidade da Rússia para lançar ataques contra a Ucrânia e garantir que Putin e os seus colaboradores sejam responsabilizados.”

O embaixador russo no Canadá, Oleg Stepanov, reagiu às observações de Joly, afirmando que se deve ter tratado de um “deslize freudiano” e acrescentando que

“O que ela ou outros decisores em Ottawa não querem reconhecer é que a actual política russa é apoiada pela maioria da nação”.

Um “deslize freudiano” semelhante ocorreu em Janeiro, quando a Ministra dos Negócios Estrangeiros alemã Annalena Baerbock reconheceu que:

“Estamos a travar uma guerra contra a Rússia, e não uns contra os outros”.

Os comentários de Joly apenas serviram para reforçar as afirmações de Vladimir Putin de que o apoio da NATO à Ucrânia visa isolar a Rússia e eventualmente derrubar o seu governo.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky advertiu recentemente que, se a Ucrânia perder a guerra, os americanos

“Terão de enviar os seus filhos e filhas para a guerra com a Rússia e terão de lutar e de morrer”.

O antigo Ministro da Defesa britânico Sir Gerald Howarth também disse no mês passado que a NATO poderá ter de enviar forças terrestres para a Ucrânia.

O complexo militar-industrial americano está a obter ganhos maciços como resultado da guerra na Ucrânia e de outros conflitos globais, com os fabricantes de armas a somar lucros elevados.Dados divulgados pelo Departamento de Estado mostram que as vendas de armas dos EUA a outros países aumentaram de 103,4 mil milhões de dólares em 2021 para 153,7 mil milhões de dólares em 2022.

Números eloquentes, que explicam muito do que se está a passar na Ucrânia.