A administração Biden pressionou o Facebook no sentido de censurar o âncora da Fox News, Tucker Carlson, por este ter criticado o processo de administração das vacinas Covid, de acordo com registos internos de comunicação da Casa Branca, obtidos pelos procuradores-gerais do Missouri e de Louisiana.

 

 

Num e-mail datado de 14 de Abril de 2021, o então conselheiro sénior da equipa de resposta do presidente à Covid, Andrew Slavitt, expressou o seu descontentamento a um funcionário do Facebook pelo facto de um vídeo de Carlson questionando a exigência universal de vacinação ter sido “número um” na plataforma, ao qual o funcionário respondeu na promessa de que iria analisar o assunto. Mais tarde, nesse mesmo dia, um representante da empresa informou a Casa Branca que, embora o “vídeo de Tucker Carlson não seja elegível para remoção ao abrigo das políticas do Facebook”, a empresa colocaria no clip “um botão para informação COVID mais autorizada” e trabalharia para limitar o seu alcance na plataforma.

No entanto, os esforços do Facebook não satisfizeram as exigências da administração. O Director de Estratégia Digital da Casa Branca, Robert Flaherty, questionou a premissa de que o vídeo de Carlson não violava as políticas existentes do Facebook e pressionou a empresa a entregar informação sobre a eficácia das suas práticas de censura.

“Como é que isto não viola as regras? A segunda metade do segmento levanta teorias conspiratórias sobre o governo e sobre a eficácia das vacinas. Além disso, dizem que o clip será reduzido e despromovido. O que é que isso significa? Há 40.000 acções no vídeo. Quem está a vê-lo agora? Quantas pessoas? Quão eficaz é a vossa acção? Não é por nada, mas da última vez que dançámos esta dança, a coisa terminou numa insurreição”.

A referência de Flaherty à forma como a plataforma tratou os protestos relativos ao resultado das eleições presidenciais de 2020 e subsequente motim no Capitólio dos E.U.A., a 6 de Janeiro de 2021, é por si só indicativa da volição totalitária da Casa Branca. Um assunto não tem nada a ver com o outro. A única coisa que os torna comuns é a vontade de censura sobre a opinião pública. E foi, em boa parte, por não verem reflectidas pela comunicação social as suas legítimas preocupações com a integridade do processo eleitoral que as pessoas se foram manifestar nesse dia. Como agora está a acontecer, a papel químico, no Brasil.

Mas a rotina de utilizar as Big Tech para silenciar vozes dissidentes sobre informações relacionadas com a Covid e não só, por parte da Casa Branca, não se limitou a Carlson. Um lote separado de e-mails divulgados pelos procuradores-gerais do Missouri e de Louisiana revela um esforço concentrado entre a administração e o Facebook para reduzir a “viralidade do conteúdo da hesitação vacinal”, mesmo que tais mensagens contivessem informações factualmente exactas. Disse um representante do Facebook a Slavitt, num e-mail de 21 de Março de 2021:

“Como sabem, além de remover a desinformação sobre vacinas, temos estado concentrados em reduzir a viralidade do conteúdo desencorajador de vacinas que não contêm desinformação accionável. Este é frequentemente um conteúdo verdadeiro, que permitimos ao nível do messenger … mas pode ser enquadrado como sensacionalista, alarmista, ou chocante. Vamos remover estes Grupos, Páginas, e Contas quando eles estiverem a promover desproporcionalmente este conteúdo sensacionalista”.

Para além do Facebook, o Twitter foi também um dos principais actores nos esforços de conluio entre o governo federal e as Big Tech para a supressão da liberdade de expressão na web. Num e-mail datado de 11 de Agosto de 2022, Flaherty admoestou o Twitter por permitir a circulação de posts contraditórios na plataforma, escrevendo que

“Parece-me uma questão fundamental que o vosso produto esteja a anexar informação errada aos nossos tweets”

Flaherty acusou separadamente o Twitter, num e-mail de Dezembro de 2021, de manipular as suas próprias regras por forma a tolerar um discurso desfavorável, depois da empresa se recusar a cumprir as exigências da administração para censurar um vídeo. Escusado será dizer que, à luz do que sabemos hoje sobre o vergonhoso comportamento da empresa, acusar o Twitter de timidez censória é o mesmo que criticar um aldrabão por não mentir nos dias ímpares.

Andrew Bailey, o procurador do Missouri, fez entretanto uma declaração sobre os documentos a que acedeu:

“Este caso é sobre o desrespeito flagrante da Administração Biden pela Primeira Emenda e a sua conivência com as empresas de comunicação social para suprimir o discurso com que discorda. Lutarei sempre contra burocratas não eleitos que procuram doutrinar o povo deste estado, violando o nosso direito constitucional ao debate livre e aberto”.

As bombásticas mensagens de correio electrónico surgem como resultado de uma investigação lançada no ano passado pelo Procurador-Geral da Louisiana, Jeff Landry, e o então Procurador-Geral do Missouri e agora Senador Eric Schmitt, para desvendar o conluio censório entre o governo federal e as Big Tech. Para além de obter registos de comunicação revelando a corrupção total destas entidades, a investigação obteve numerosas vitórias legais, permitindo que Louisiana e Missouri obrigassem altos funcionários da administração como Anthony Fauci ao juramento testemunhal, sobre o seu papel na erradicação da opinião dissidente.

De acordo com uma transcrição do testemunho de Fauci em Novembro, o impostor afirmou que “representava a ciência” e de alguma forma não se lembrou (“pelo menos 174 vezes”) de informações relevantes sobre o seu papel na desastrosa resposta Covid do governo federal . O depoimento de Fauci prosseguiu na difamação dos autores da “Declaração do Great Barrington“, e terminou na confissão de que tinha desempenhado um importante papel na tentativa de “desacreditar qualquer teoria” de que a Covid resultou de uma fuga de laboratório em Wuhan, na China.