O Presidente Joe Biden sugeriu na semana passada que aqueles que criticam as cirurgias de mudança de sexo em crianças são racistas, anti-semitas e homofóbicos.

Biden insistiu que temos de “proteger” as crianças transexuais, dando-lhes os “cuidados de que necessitam” (ou seja, mudanças de sexo) “para que saibam que são amadas”. Segundo o decrépito inquilino da casa Branca,

“O racismo, o anti-semitismo, a homofobia, a transfobia – está tudo ligado.”

 

 

Biden fez estes comentários surrealistas ao assinar um projecto de lei risível e meramente propagandístico, que consagra o casamento gay e o casamento inter-racial, embora ambos os contratos civis já há muito fossem válidos juridicamente nos Estados Unidos. O caso do casamento inter-racial é especialmente ridículo, já que foi consagrado pelo Supremo Tribunal americano há mais de meio século.

Outro discurso que Biden proferiu em 2013, num evento em homenagem do Mês do Património Judaico Americano, pode fazer luz sobre essa inédita “ligação” a que ele se referiu, embora, como é frequente, a retórica desastrada do actual presidente americano tenha acabado por ser contraproducente, dando a impressão que a comunidade judaica liderou certos movimentos progressistas com excessivo protagonismo, considerando a sua dimensão demográfica nos EUA.

“O povo judeu tem contribuído grandemente para os Estados Unidos. Nenhum grupo teve uma influência tão grande per capita como todos vós, e todos aqueles que foram antes de mim e todos aqueles que foram antes de vós. Constitui 11% dos lugares no Congresso dos Estados Unidos. Constitui um terço de todos os laureados com o Prémio Nobel. Penso que, como de costume, se subestima o impacto da herança judaica. Estou a falar a sério. Penso que se subestima amplamente esse impacto no desenvolvimento desta nação.

‘O abraço da imigração’ faz parte disso, tal como o envolvimento dos judeus nos movimentos de justiça social. Não se pode falar sobre o movimento de direitos civis neste país sem falar sobre os cavaleiros da liberdade judeus e Jack Greenberg [activista dos direitos civis]. Não se pode falar sobre o movimento de mulheres sem falar sobre Betty Friedan [activista feminista]. Acredito que o que afecta os movimentos na América, o que afecta as nossas atitudes na América é a cultura e as artes. Foi por isso que ela falou sobre o casamento gay aparentemente um pouco antes do tempo.

Não foi nada que tenhamos feito pela legislação. Foi ‘Will and Grace’ [série televisiva com um protagonista gay], foram os meios de comunicação social. Literalmente. Foi isso que mudou as atitudes das pessoas. Por isso estava tão certo de que a grande maioria das pessoas iria abraçar e abraçar rapidamente o casamento homossexual.

Aposto que 85 por cento dessas mudanças são uma consequência dos líderes judeus em Hollywood ou nos meios de comunicação social. A influência é imensa, a influência é imensa. E, devo acrescentar, é tudo para o bem.”

Ao contrário do que Joe Biden certamente pretendia, este discurso contribuiu para solidificar as teorias da conspiração anti-semita nos Estados Unidos. Jonathan Chait, do mais que liberal New York Mag, comentou na altura:

“As intenções de Biden aqui são obviamente tão amigáveis quanto possível, mas a execução é embaraçosa.”

Mas agora que as atitudes sobre o casamento gay mudaram, o objectivo passou a ser a normalização das mudanças de sexo em crianças.

A Secretária Assistente de Saúde Transgénero de Biden, Almirante Rachel Levine, disse no início deste ano que a Casa Branca está a trabalhar no sentido de “capacitar” as crianças para obterem bloqueadores da puberdade e cirurgias de mudança de sexo.

 

 

O Procurador-Geral Merrick Garland ameaçou perseguir os estados que proíbam cirurgias de mudança de sexo nos infantes e Biden usou o seu púlpito para declarar essa interdição “moralmente errada”.

 

 

Portanto, todo aquele que se opuser a estas sinistras cirurgias de mudança de sexo em menores ou considerar que as crianças não devem receber hormonas sexuais e bloqueadores de libido, é anti-semita, racista, homofóbico e transfóbico.

Porque está tudo ligado!

E de tal forma está tudo ligado de facto, na cabeça confusa do presidente norte-americano, que a sua administração, sempre disponível para fabricar novos conceitos científicos, acha que até a doença de Alzheimer se deve ao racismo. Sim, é verdade. Sim, é ensandecedor.