Um dos factores que perfaz o quadro extremamente alarmante a que assistimos nos dias que correm é a ligeireza com que os líderes mundiais e os burocratas regimentais das super-potências emitem ameaças de retaliação com armas nucleares.
Numa reunião que decorreu terça-feira com diplomatas sul-coreanos e japoneses, antes de uma série de conversações que estão agora a ter lugar, a Secretária de Estado Adjunta dos EUA, Wendy Sherman, confirmou o empenho americano na defesa de Seul e de Tóquio, qualificando-o como “férreo” e acrescentando que a administração americana está pronta a proteger os seus aliados asiáticos, pelo recurso a armas nucleares se estes forem atacados, explicitando que os EUA iriam nessa circunstância espoletar imediatamente a sua “defesa nuclear, convencional e de mísseis”.
“A administração utilizará toda a gama de capacidades de defesa dos EUA para defender os nossos aliados, incluindo capacidades nucleares, convencionais e de defesa antimísseis”, disse Wendy Sherman.
U.S. to cooperate with South Korea, Japan for Taiwan’s self-defense – Dep. Secy. of State Wendy Sherman.
I didn’t hear Sherman’s counterparts second that assertion. Also haven’t heard Seoul and Tokyo have policies to provide for Taiwan’s self-defense. https://t.co/TgUgpS83As— Anthony Kuhn (@akuhnNPRnews) October 26, 2022
A região está actualmente a viver um ambiente volátil, depois de, no início desta semana, a Coreia do Sul ter anunciado que os seus serviços secretos concluíram que Pyongyang terminou os preparativos para aquele que será o seu primeiro teste nuclear nos últimos cinco anos. Estes avisos de um iminente teste nuclear norte-coreano têm vindo a ganhar intensidade desde o início de Agosto, com o apoio dos EUA à avaliação que Seul faz da situação.
Sherman, nos seus comentários, condenou a recente série de lançamentos de mísseis balísticos pela Coreia do Norte, qualificando o número recorde de testes ao longo do ano de “profundamente irresponsável, perigoso e desestabilizador”.
Num dos mais provocadores dos seus últimos testes balísticos, a Coreia do Norte disparou um míssil que atravessou o território do Japão. Os oficiais asiáticos reunidos com Sherman em Tóquio acusam Pyongyang de estar a criar graves tensões na Península Coreana.
Na segunda-feira, os navios patrulha das coreias do norte e do sul trocaram tiros de aviso ao longo da fronteira marítima partilhada, confirmando que a situação chegou a um ponto crítico. A Coreia do Norte protestou entretanto a intensificação da presença da marinha americana nas águas ao largo da península, enquanto participavam em exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul.
É verdade absoluta que o regime Norte coreano representa um perigo claro e constante para a estabilidade geo-política ds região, mas neste contexto difícil e delicado, as declarações de Wendy Sherman não primam pela diplomacia. Ao contrário, parecem destinadas a inflamar ainda mais os ânimos.
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