Liz Truss já foi. Eleita por ninguém para além dos cínicos e dos snobes e dos inúteis do seu partido, e com uma taxa de aprovação no eleitorado conservador de 9%, a senhora era um alvo a abater por toda a gente, inclusivamente os globalistas que infestam os dois lados das bancadas do parlamento e os clubes restritos da City londrina.
Ainda por cima a senhora, que em tudo o resto tinha tentado ser o mais politicamente correcta, o mais e obediente aos ditames dos senhores do universo que é possível ser; que cumpria em 90% dos casos a agenda e a narrativa dos poderes instituídos, propunha-se a baixar impostos. Baixar impostos? Para os elitistas-globalistas-servos-do-WEF nos corredores de Westminster aliviar a carga fiscal a cidadãos e empresas, mesmo que apenas em 5% e procurando não mais que regressar aos parâmetros fiscais que vigoravam há dois anos atrás, é mais ou menos o mesmo que violar crianças em fase terminal de cancro pancreático. É um anátema. Uma heresia. Uma impossibilidade newtoniana. Uma intenção inaceitável e indigna de quem pretende exercer o poder por mais que umas poucas semanas.
Acto continuo, a senhora Truss foi logo acusada de ser… Uma perigosa radical da extrema direita. Uma libertária delirante e irresponsável.
Em Westminster e na City ninguém se incomodou com os biliões gastos em subsídios, durante a pandemia, para impedir as pessoas de trabalhar; ninguém se chateia em desperdiçar quantidades incontáveis de libras atiradas como confetti para os bolsos da elite dirigente ucraniana, uma das mais corruptas do mundo; ninguém se importa com o brutal endividamento do estado decorrente da crise energética espoletada pelo embargo aos combustíveis russos; ninguém se rala por causa das largas fatias do orçamento público que são despejadas num serviço nacional de saúde que apresenta níveis de qualidade terceiro mundistas. Mas descer impostos? Isso sim seria o apocalipse da vida política e económica do Reino Unido. Não pode ser. A senhora tem que sair – e saiu, batendo o recorde da mais breve residência no número 10 de Downing Street, através de uma espécie de golpe de estado realizado pelas cúpulas do poder financeiro e político do país.
No entretanto sai fortalecido o sinistro Jeremy Hunt, que, se na altura tivesse poder para isso, tinha seguido uma política anti-pandémica muito próxima daquela que está a ser implementada pelo Partido Comunista Chinês: “zero covid”, custe o que custar, incluindo confinamentos absolutos, campos de concentração para contaminados (com secções para crianças que seriam separadas das suas famílias pelo estado), mandatos de passaporte de vacinação para qualquer o exercício de actividade social ou económica, etc., etc.
Suprema ironia, este vil personagem que foi no partido conservador um dos mais obstinados adversários do Brexit, poderá vir a ser primeiro-ministro num ciclo eleitoral cujo mandato é precisamente o de fortalecer a decisão do povo inglês, definida por referendo, em sair da União Europeia. É espantoso.
O ContraCultura, como o Paul Joseph Watson, nutria absolutamente nenhuma simpatia por Boris Johnson ou Liz Truss. Mas Jeremy Hunt está num patamar diferente na escala da vilania, da infâmia e do autoritarismo. É um campeão das trevas, o agente perfeito para que seja em definitivo instalado um regime não representativo, não democrático e profundamente despótico no Reino Unido.
E as alternativas a Jeremy – o regresso de Boris Johnson ou a ascensão do insuportável Rishi Sunak – não oferecem paz de espírito a ninguém que tenha um centímetro de cerebelo.
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