O Papa Francisco recebeu um grupo de homens que mudaram de sexo – muitos dos quais são prostitutos imigrantes da América Latina – para um almoço no Vaticano por ocasião do “Dia Mundial dos Pobres” da Igreja Católica, na semana passada.

Como satiriza o Babylon Bee, homens que fingem que são mulheres foram almoçar com um homem que finge ser católico.

 

 

O pontífice e os transexuais estabeleceram uma relação próxima desde que o Papa os ajudou durante a pandemia Covid-19, quando não puderam trabalhar. Agora, reúnem-se mensalmente para visitas VIP com o Papa e recebem medicamentos, dinheiro e cosméticos, segundo a The Associated Press.

Andrea Paola Torres Lopez, um dos membros do grupo de transexuais, disse à AP:

“Antes, a Igreja estava fechada para nós. Não nos viam como pessoas normais, viam-nos como o diabo”.

O convite às mulheres transexuais surge no momento em que o Vaticano divulgou um documento controverso no início deste mês, afirmando que as pessoas que sofrem de perturbações da identidade sexual podem ser baptizadas.

O documento é uma resposta oficial ao bispo brasileiro Giuseppe Negri, de Santo Amaro, que procurava orientação sobre a questão. O documento foi divulgado pela Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano e assinado pelo Papa Francisco.

Esta mesma estipulação aplica-se à sua elegibilidade para actuar como padrinhos ou testemunhar casamentos, de acordo com o Vaticano. A medida foi elogiada pelos defensores do movimento LGTBQ+, fora e dentro da Igreja Católica.

E enquanto certos bispos e cardeais estão já a tratar os acólitos pelos pronomes da sua identidade de género, há ainda assim quem ache o liberalismo transformador do anti-papa “deficiente”.

O padre Brian Graebe, sacerdote da Arquidiocese de Nova Iorque, doutorado em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, disse à Fox News que a orientação do Vaticano não é contraditória com os ensinamentos da Igreja, mas a questão do sexo biológico foi maltratada pelo documento.

“Não há nada no documento que contradiga os ensinamentos da Igreja. A minha reacção quando o li ontem foi que é deficiente. O problema não está tanto no que diz, mas no que deixa por dizer. Fiquei desapontado por não ver no documento a afirmação de que, no próprio direito de batismo, qualquer que seja o nome da pessoa, o que temos de afirmar é que devem ser usados os pronomes biológicos correctos.”

A Igreja Católica ensina que a ideologia de género e os estilos de vida transgénero são um “distúrbio grave” que necessita de correção através de terapia espiritual e secular.

No Novo Testamento, tanto quanto o ContraCultura foi capaz de investigar, a identidade de género não é problematizada, os pronomes são “ele” para quem nasceu homem, e “ela” para quem nasceu mulher. E pelo que conseguimos perceber nos Evangelhos, nem Jesus nem João baptizaram homens vestidos de mulheres.