Uma pintura descoberta numa venda de garagem em 2016 será uma obra autêntica do mestre holandês Vincent van Gogh, que vale cerca de 15 milhões de dólares, com base numa exaustiva peritagem.
Um colecionador de antiguidades pagou inicialmente menos de 50 dólares pelo quadro. Em 2019, chegou às mãos da empresa de peritagem de arte nova-iorquina LMI Group, que publicou recentemente as suas conclusões num relatório de 450 páginas após uma análise de quatro anos por uma equipa de historiadores, cientistas e curadores. Os especialistas deram ao quadro o nome de “Elimar”, em homenagem à palavra que foi encontrada gravada no canto inferior direito da tela.
A obra de arte, que foi pintada a óleo numa tela de 40 por 45 centímetros, retrata um pescador de barba branca, fumando um cachimbo enquanto conserta a sua rede numa praia vazia.
Pensa-se que o quadro se baseia numa pintura do artista dinamarquês Michael Ancher, sendo um exemplo de Van Gogh a “traduzir” obras de outros artistas. Os especialistas deduziram que Van Gogh o pintou enquanto estava no asilo Saint-Paul, em Saint-Remy de Provence, entre maio de 1889 e maio de 1890. Diz-se que representa uma época da sua vida em que “regressava a temas e imagens da sua juventude”.
Os investigadores reuniram evidências meticulosamente para provar que o quadro é um Van Gogh autêntico, nomeadamente examinando as pinceladas e comparando-as com outras obras. Um perito forense estudou igualmente os pigmentos e as fibras do quadro.
Foi também encontrado um cabelo embutido na tela, que foi enviado para análise de ADN, mas o seu “estado degradado” impediu a amostra de ser associada aos descendentes do artista.
O presidente e director executivo do LMI Group, Lawrence M. Shindell, disse num comunicado de imprensa divulgado na semana passada:
“Ao integrar a ciência e a tecnologia com as ferramentas tradicionais de conhecimento, contexto histórico, análise formal e investigação de proveniência, o nosso objectivo é expandir e adaptar os recursos disponíveis para a autenticação de obras de arte com base nas propriedades únicas das obras ao nosso cuidado.”
O relatório também afirma que a descoberta de um Van Gogh anteriormente desconhecido não deve ser uma surpresa, uma vez que é do conhecimento geral que o artista “perdeu muitas obras, deu obras a amigos e não era particularmente cuidadoso com qualquer obra que considerasse um estudo, que eram muitas”.
No entanto, para que o quadro possa ser oficialmente declarado uma obra de Van Gogh, tem de ser atribuído ao artista pelo Museu Van Gogh de Amesterdão. O anterior proprietário do quadro contactou o museu em 2018, mas, na altura, a instituição recusou-se a confirmar que se tratava efectivamente de um Van Gogh. Agora, com as conclusões apresentadas no relatório do LMI Group, talvez o museu seja pressionado a admitir a autenticidade da obra.
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