É difícil de acreditar mas houve um imbecil que pagou a quantia de 6.200.000 dólares por isto:

 

 

Nem Maria Antonieta seria capaz de uma abominação destas e, por menos, separaram-lhe o corpo da cabeça.

Esta monstruosidade espúria que passa por arte já foi assunto do Contra, aqui há uns tempos, mas não deixa nunca de ofender a sensibilidade de qualquer pessoa minimamente sensata.

E as justificações de ‘críticos’ e do ‘artista’ para a validação da ‘obra’ são ainda mais revoltantes, como se uma banana colada à parede com um bocado de tape precisasse de memória descritiva.

A banana “transcende geografias, línguas, compreensão, diferenças culturais”, disse David Galperin, director de arte contemporânea da Sotheby’s, após o leilão. E o preço astronómico que a ‘obra’ atingiu “reflecte a sua universalidade, a forma como atravessa o zeitgeist cultural até ao centro”, acrescentou.

O autor da abominação, o comediante Maurizio Cattelan, levando a sério a sua própria piada de mau gosto, afirmou em 2021 que a sua ‘obra’ “não é uma piada”, mas sim um “comentário sincero e uma reflexão sobre o que valorizamos”. O aldrabão profissional especulou ainda que esperava que a peça “rompesse os hábitos normais de visionamento e abrisse uma discussão sobre o que realmente importa”.

O que realmente importa, na arte como na vida, não tem nada a ver com o trabalho de Cattelan, como é óbvio.

Justin Sun, o infeliz que não sabe o que fazer ao dinheiro e que comprou a banana e a fita adesiva como se não tivesse a ser enganado, tem uma entrada na Wikipedia, onde lemos que é

“um diplomata e embaixador de Granada na OMC, e um empresário e executivo de negócios chinês-granadino com sede em Genebra e criador da aplicação social móvel Peiwo. Ele é mais conhecido como o fundador da TRON, um ecossistema DAO de blockchain e actual CEO da BitTorrent, e ex-representante-chefe da Ripple na China.”

Mais uma demonstração que os engenheiros a quem confiamos os nossos dados, as nossas mensagens privadas e o nosso dinheiro não são dignos dessa confiança.

Anunciando a ensandecida aquisição com todo o orgulho que um mentecapto pode exibir online, o rapazinho afirmou:

“Tenho o prazer de anunciar que comprei a banana🍌 !!! @spacex @sothebys Eu sou Justin Sun, e estou excitado por anunciar que adquiri com sucesso o trabalho icónico do comediante Maurizio Cattelan por 6,2 milhões de dólares. Esta não é apenas uma obra de arte; representa um fenómeno cultural que une os mundos da arte, dos memes e da comunidade das criptomoedas. Acredito que esta peça irá inspirar mais reflexão e discussão no futuro e tornar-se-á parte da história. Sinto-me honrado por ser o orgulhoso proprietário da banana 🍌 e estou ansioso para que ela gere mais inspiração e impacto para os entusiastas da arte em todo o mundo.
Para além disso, nos próximos dias, comerei pessoalmente a banana 🍌 como parte desta experiência artística única, honrando o seu lugar tanto na história da arte como na cultura popular. Fiquem atentos!”

É um doente, coitado.

 

 

Estes são os tempos em que vivemos e estes são os intérpretes da arte contemporânea: aldrabões profissionais que se elevam ao estatuto de artistas, bilionários alienados que jogam fortunas ao lixo, críticos que enaltecem a fealdade e a vacuidade.

Até arrepia pensar que deste lado do hemisfério já nasceram leonardos.

 

 

Analisando este decadente episódio, Paul Joseph Watson liberta a sua proverbial má língua, que é, como sempre, inteiramente apropriada.