No turbilhão do século XXI, os jovens enfrentam um cenário repleto de desafios que parecem insuperáveis. A tecnologia, que deveria facilitar a vida, muitas vezes acaba sendo uma fonte de ansiedade e alienação. Redes sociais, dispositivos móveis e a constante necessidade de estar conectado criam um ambiente onde a comparação e a competição são inevitáveis. No entanto, é crucial entender que as frustrações que sentimos não são tão grandes quanto parecem. Este artigo é um convite para os jovens refletirem sobre os ditos problemas do mundo moderno em relação ao desenvolvimento pessoal, buscando perspectiva e compreensão em um mundo cada vez mais complexo.

As redes sociais são uma faca de dois gumes. Por um lado, elas oferecem uma plataforma para expressão e conexão; por outro, promovem uma cultura de comparação incessante. A vida perfeita exibida nas telas raramente reflete a realidade. Cada postagem impecável esconde lutas, desafios e imperfeições que todos enfrentam. O jovem, ao se deparar com essa fachada de perfeição, pode sentir-se inadequado ou insuficiente. No entanto, é essencial lembrar que essas representações são editadas, filtradas e, na maioria das vezes, irreais.

Vivemos em uma era onde o sucesso parece ser medido pela rapidez com que é alcançado. Histórias de jovens empreendedores que se tornaram milionários da noite para o dia inundam a internet, criando uma sensação de urgência e pressão. O fracasso, que é uma parte natural e necessária do crescimento, é muitas vezes visto como uma desgraça e o fim do caminho. Contudo, é importante reconhecer que o caminho para o sucesso é repleto de altos e baixos, e que cada experiência, seja ela positiva ou negativa, contribui para o nosso desenvolvimento pessoal.

A tecnologia, apesar de suas inúmeras vantagens, pode ser uma fonte de alienação. O excesso de conectividade pode levar ao isolamento, onde as interações virtuais substituem as relações humanas significativas. Abandonamos a voz da experiência, as histórias dos mais velhos, dos que lutaram guerras e passaram fome, e no lugar foi colocado a voz da hipocrisia, a mentira artificial de que a felicidade se encontra no que você tem e não em quem você é. A sensação de solidão em meio a uma rede de milhares de amigos virtuais é um paradoxo moderno. Para combater isso, é essencial cultivar relacionamentos autênticos fora do mundo digital, buscando conexões reais, vivas e significativas que tragam de volta a paz de não ter muito e respirar.

Ao enfrentarmos nossas frustrações, muitas vezes perdemos de vista a perspectiva. Os desafios que parecem insuperáveis agora podem, com o tempo, revelar-se lições valiosas. É crucial adotar uma visão de longo prazo, reconhecendo que o crescimento pessoal e profissional é um processo contínuo. A paciência, a resiliência e a capacidade de aprender com os erros são habilidades fundamentais que ajudam a transformar dificuldades em oportunidades. As frustrações dos jovens no tempo da tecnologia e alienação, embora reais, não são tão grandes quanto parecem. É fundamental lembrar que cada desafio enfrentado é uma oportunidade de crescimento e que as pressões externas não devem definir nossa autoestima. Podemos navegar pelo complexo mundo moderno com mais confiança e serenidade.

Jovens, é hora de encarar uma verdade fundamental que muitos evitam: o mundo não é um conto de fadas, nem uma sequência de vitórias fáceis. A vida vai bater duro, e não é uma questão de se isso vai acontecer, mas de quando. Nesse cenário, a verdadeira medida de quem você é não está na ausência de quedas, mas na sua capacidade de se levantar cada vez mais forte. Desanimar é natural, mas permanecer no desânimo é uma escolha. Lembre-se, o valor real vem da sua determinação e resiliência, e não das circunstâncias ao seu redor. A responsabilidade pelo seu destino é exclusivamente sua. Nada de culpar os outros pelas suas dificuldades ou usar as circunstâncias como desculpa para não tentar. É fácil cair na armadilha de apontar dedos e justificar a inércia, mas isso não resolve nada e só atrasa o seu progresso. Se você sabe o que quer, se conhece o seu valor, então é hora de lutar por isso. Aceite as pancadas da vida como lições, e use-as para se fortalecer.

Abaixar a cabeça e apanhar sem lutar é coisa de gente fraca e derrotada. Só covardes fazem isso e você não é covarde!

 

 

PAULO H. SANTOS
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Paulo H. Santos é professor particular de filosofia, bacharel em filosofia (UCP – Brasil) e licenciado em História (UNESA – Brasil). Católico. Escreve em português do Brasil
As opiniões do autor não reflectem necessariamente a posição do ContraCultura.