A retórica cada vez mais dura da França sobre a guerra na Ucrânia provocou uma reacção do vice-primeiro-ministro italiano e líder do partido de direita Lega, Matteo Salvini, que sugeriu a Emmanuel Macron que pegue ele mesmo em armas e vá lutar para a frente de batalha.

Os comentários foram feitos por Salvini durante um comício de campanha na cidade de Bari, no sul de Itália. O líder da Lega disse que Macron devia “pôr um capacete, vestir o colete e ir para a Ucrânia” e que Paris não devia “chatear os italianos”, referindo-se à abordagem menos conflituosa de Itália à invasão russa.

 

 

Salvini estava a responder à posição da França sobre a guerra, e à linha dura de Macron contra Moscovo, que não descarta o envio de tropas ocidentais para o teatro de operações.

Nos últimos meses, Macron foi alvo de críticas, mesmo entre os aliados da NATO, por considerar a possibilidade de enviar pessoal militar francês para a Ucrânia. Tanto o Presidente francês como o Chanceler alemão Olaf Scholz, como o presidente americano Joe Biden permitiram também que a Ucrânia utilize mísseis de fabrico americano e europeu para atingir alvos dentro da Rússia.

A este propósito, Salvini acrescentou ainda:

“A escolha do Lega é uma escolha de paz. Não quero que os filhos de Bari, os filhos de Itália, sejam enviados para morrer e lutar na Ucrânia, e não quero que as armas italianas bombardeiem a Rússia. A Itália não está em guerra com ninguém.”

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, excluiu a possibilidade de enviar tropas italianas para a Ucrânia na semana passada, esclarecendo que Roma estava a “defender a Ucrânia” e “não a lutar contra a Rússia”.