Hampstead Heath . John Constable . 1820

 

O Museu FitzWilliam está a avisar os visitantes que as pinturas paisagísticas do campo britânico e da sua vida rural evocam “sombrios sentimentos nacionalistas”.

O museu, propriedade da Universidade de Cambridge, procedeu a uma revisão das suas exposições e à instalação de sinalética de advertência sobre os malefícios da pintura naturalista, numa iniciativa que o seu director insistiu não ser woke. Pois não, que ideia.

Luke Syson disse na semana passada:

“Gostaria muito de pensar que existe uma forma de contar estas histórias mais alargadas e inclusivas que não exija uma reacção por parte daqueles que tentam sugerir que qualquer interesse por estes trabalhos é aquilo a que agora se chama woke”.

A nova sinalética refere que as imagens de “colinas inglesas ondulantes” podem despertar sentimentos de “orgulho em relação a uma pátria”.

Porque ter orgulho na pátria constitui um perigo enorme… Bom Deus.

Numa galeria que exibe uma obra bucólica de Constable, os visitantes são informados de que “há um lado mais negro” no “sentimento nacionalista” evocado pelas imagens do campo britânico.

O Museu vai mais longe, se possível:

“Esse sentimento nacionalista implica que só aqueles que têm um laço histórico com a terra têm o direito de a ela pertencer”.

 

 

As obras do FitzWilliam foram reordenadas em categorias temáticas, numa mudança que o director do museu espera que venha a tornar as exposições da galeria “mais inclusivas”.

As categorias incluem “Homens a Olhar para Mulheres”, “Identidade”, “Migração e Movimento”, e “Natureza”. Esta última categoria integra paisagens naturais dos ingleses Constable, Gainsborough e Palmer, e dos franceses Pissarro, Renoir, Monet e Cézanne.

 

Os trabalhos de Claude Monet, do espólio do FitzWilliam

 

Um cartaz da galeria Natureza afirma:

“As pinturas de paisagens também estiveram sempre ligadas à identidade nacional. O campo era visto como uma ligação directa ao passado e, por conseguinte, como um verdadeiro reflexo da essência de uma nação. As pinturas que mostravam as colinas inglesas ou os luxuriantes campos franceses reforçavam a lealdade e o orgulho em relação a uma pátria. O lado mais sombrio da evocação deste sentimento nacionalista é a implicação de que só aqueles que têm um laço histórico com a terra têm o direito de a ela pertencer.”

Portanto: Cézanne já era nazi, antes dos nazis. Se isto não é woke, nada o é.

As alegações sobre a representação das paisagens surgem depois do grupo Wildlife and Countryside ter apresentado um patético relatório aos membros do Parlamento que afirmava que o campo britânico era visto como um espaço “branco, colonial racista”. O relatório acrescenta que os espaços verdes britânicos são influenciados por “valores culturais britânicos brancos” e que a ideia de um tal “espaço branco” impede as pessoas de outras origens étnicas de desfrutarem do ar livre.

No entanto, o Sr. Syson insistiu que a remodelação do museu não é “woke” ou “radical chic”, dizendo:

“Ser inclusivo e representativo não deve ser controverso; deve ser enriquecedor”.

Sim, sim, é extremamente enriquecedor conspurcar o património artístico de ingleses e franceses com rótulos degradantes e pseudo-moralismos de extrema-esquerda. Sem dúvida.

Um cartaz instalado na nova galeria “Identidade” informa os visitantes que os retratos de pessoas uniformizadas e ricas

“tornaram-se ferramentas vitais para reforçar a ordem social de uma classe dominante branca, deixando muito pouco espaço para representações de pessoas de cor, das classes trabalhadoras ou de outras pessoas marginalizadas. Os retratos estavam frequentemente ligados, de forma complexa, ao imperialismo britânico e à instituição da escravatura transatlântica”.

Entre as pinturas deste espaço conta-se o retrato que Joseph Wright pintou de Richard FitzWilliam, que financiou a fundação do museu e que por isso lhe deu o nome.

 

Retrato de Richard FitzWilliam . Joseph Wright of Derby . 1764

 

A legenda do retrato refere que a riqueza de FitzWilliam se devia ao tráfico de escravos:

“A fortuna provinha do seu avô, Sir Matthew Decker, que a tinha acumulado em parte através do comércio transatlântico de africanos escravizados”.

Convenhamos: Não deve ter sido nada fácil conjugar, desta forma assim despudorada, arrogância com ingratidão.

Para intensificar a “diversidade, equidade e Inclusão” do seu programa soviético, a galeria decidiu expor, junto com os belos clássicos do seu espólio, uma série de horrores contemporâneos, de autores nigerianos e judaicos e cosmopolitas-do-rabo-do-mundo, como estas coisas aqui:

 

 

A exposição da galeria “Migração e Movimento” também tem uma inevitável advertência de ordem ideológica:

“Embora algumas pessoas tenham optado por deixar os seus países, os conflitos mundiais, a discriminação e o colonialismo europeus levaram a que outras fugissem ou fossem exiladas à força”.

Aparentemente, o “colonialismo europeu” está bem, recomenda-se e ainda expulsa paquistaneses, magrebinos, sírios e somalis dos seus países de origem.

Na galeria “Homens a olhar para mulheres”, são exploradas as diferentes formas como os artistas masculinos, sexistas e misóginos, retrataram os temas femininos, até que o estatuto mais igualitário das mulheres na sociedade alterou a forma como eram retratadas.

Não há paciência.

Paul Joseph Watson, comenta, melhor que o Contra consegue, este deprimente assunto.