Os indivíduos sem filiação religiosa representam actualmente 28% dos adultos norte-americanos – constituindo o maior grupo “religioso” individual, de acordo com um novo estudo da Pew Research. Os “nones” incluem ateus, agnósticos e aqueles que descrevem a sua religião como “nenhuma em particular”. Comparativamente, 23% dos adultos americanos identificam-se como católicos e 24% como protestantes evangélicos. Em 2007, apenas 16% dos americanos se identificavam como “nones”.

O estudo, intitulado “Religious ‘Nones’ in America: Who They Are and What They Believe”, revelou que este grupo não representa um todo homogéneo, até porque muitos  afirmam acreditar em Deus ou num poder superior sem frequentarem regularmente os serviços religiosos. O investigador principal do Pew, Gregory Smith, salienta que, embora muitos “nones” acreditem que a religião tem algum mérito, também consideram que pode ser prejudicial. Curiosamente, tendem a ver a ciência mais favoravelmente (como se uma coisa tivesse a ver com a outra), mas negam a sua capacidade de explicar tudo.

Este é um equívoco comum nas sociedades ocidentais, o de pensar que a ciência tem como missão “explicar” seja o que for. Esta convicção é tecnicamente falsa. A ciência tem como missão “descrever” os fenómenos naturais e não explicá-los. As explicações ficam para a filosofia e a teologia, se não se importam.

A maioria dos “nones” não vê a religião de forma positiva. Em geral, 43% dizem que a religião faz mais mal do que bem às sociedades e 41% dizem que a religião faz quantidades iguais de bem e mal. Apenas 14% dos “nones” vêem a religião como uma força social positiva.

Esta tendência não é exclusiva dos Estados Unidos. Os cristãos estão agora, e pela primeira vez na história, em minoria em Inglaterra e no País de Gales, de acordo com estatísticas governamentais. E o número decrescente de cristãos no Reino Unido espelha tendências semelhantes na Austrália e em França, por exemplo.

De acordo com um recente inquérito de opinião, um quarto dos jovens do Reino Unido apoia a proibição da Bíblia caso os textos entrem em conflito com as draconianas leis que vigoram no país relativas ao “discurso de ódio”.

Com o declínio do cristianismo no Ocidente e a vergonhosa e cínica indiferença do Vaticano, a perseguição dos fiéis tem vindo a ganhar intensidade e contornos de genocídio, a nível global.