Expoentes máximos do capitalismo da guerra, a BlackRock e o JPMorgan Chase deverão colher lucros inesperados de biliões de dólares ao garantir contratos sem licitação para reconstruir a Ucrânia – após anos a financiar o prolongamento do conflito.
De acordo com a administração Biden e a imprensa corporativa, os dois titãs financeiros globalistas lideram o “esforço humanitário” (é preciso ter lata) para estabelecer o Fundo de Desenvolvimento da Ucrânia, um banco de reconstrução projectado para direccionar capital público para programas de reconstrução que podem atrair biliões de dólares em investimento público e privado.
No entanto, será este realmente um esforço altruísta ou apenas mais uma face do antigo esquema de guerra?
Os ecos dos contratos milionários da Halliburton durante a guerra do Iraque são ensurdecedores. Como aconteceu com a “guerra ao terror”, estas corporações, a espinha dorsal do complexo militar-industrial, encontraram uma oportunidade de ouro no genocídio de centenas de milhares de pessoas.
A estratégia é tão lucrativa quanto dantesca: os tubarões de Wall street lucram com a morte e com a destruição, e depois surgem dos escombros que ajudaram a criar como benévolos e filantrópicos agentes da reconstrução.
Quando analisamos com alguma profundidade as complexidades do Fundo de Desenvolvimento da Ucrânia, a perturbadora realidade começa a emergir. O Banco Mundial estima que a Ucrânia precisaria de uns colossais 411 biliões de dólares para a reconstrução após a guerra.
Aqui, a BlackRock e o JPMorgan Chase identificam uma colheita abundante. Os papéis que irão desempenhar na alavancagem dos fundos dos contribuintes americanos e europeus proporcionam-lhes o potencial para lucros astronómicos que facilmente superariam qualquer um dos seus alegados serviços “pro-bono”.
Os paralelos assustadores entre a Ucrânia e a guerra no Iraque são impossíveis de ignorar. A Halliburton colheu biliões de contratos sem licitação para reconstruir o que tinha sido destruído pela guerra. Dezenas de milhares de vidas foram perdidas e uma nação enfrentou as consequências de uma brutal intervenção estrangeira, enquanto a Halliburton e outras empresas congéneres lucraram com o caos.
Quando a poeira da devastação assentar sobre a Ucrânia, mais claras se vão tornar as margens de lucro para a BlackRock e os seus congéneres. Mas podemos já constatar que a guerra e as suas consequências nefastas criam um terreno fértil e ideal para parasitas corporativos e oportunistas. A dança macabra da destruição e da reconstrução é uma faca de dois gumes, que inflige feridas profundas à humanidade enquanto enche os cofres destas corporações.
A nobre fachada filantrópica dos gigantes financeiros esconde a verdade crua: quanto mais a guerra durar, mais eles têm a ganhar. A dimensão dos lucros cresce na proporção do sofrimento e do desespero de milhões.
O que testemunhamos aqui não é apenas o lucro da guerra, mas a transformação dos conflitos bélicos num empreendimento altamente lucrativo para as empresas. Estas entidades têm interesse em prolongar o conflito. Quanto mais extensa for a destruição, maior será o potencial de lucro durante a fase de reconstrução. Esta dinâmica serve para reforçar um sistema que se alimenta do conflito, criando um ambiente que incentiva a perpetuação da guerra, apesar do seu catastrófico custo humano.
É crucial examinar minuciosamente os motivos subjacentes daqueles que afirmam ajudar na reconstrução de nações devastadas pela guerra. Serão eles benfeitores verdadeiramente benevolentes, empenhados em ajudar os países a renascer das cinzas, ou serão bandidos astutos que, com eficiência arrepiante, capitalizam o caos da guerra? A resposta, como a história nos tem mostrado repetidamente, é tão evidente como as consequências sombrias de qualquer campo de batalha.
Quando o país que restar do que foi uma dia a Ucrânia for submetido ao necessário esforço de reconstrução, não são apenas as cicatrizes físicas que precisam de atenção, mas também a podridão sistémica subjacente que se alimentou deste conflito devastador.
Relacionados
22 Out 24
Proprietários alemães de veículos eléctricos estão a voltar aos automóveis de combustão interna.
Nem a propaganda nem os subsídios já convencem o consumidor e uma percentagem cada vez maior de proprietários de veículos eléctricos está a trocar o electrodoméstico por um automóvel como deve ser.
21 Out 24
Zelenskyy insinua que Kiev pode ter armas nucleares a curto prazo.
Volodymyr Zelenskyy afirmou que se a sua nação não for rapidamente admitida na NATO poderá adquirir ou fabricar armas nucleares, e em tempo real. O Ocidente criou um monstro e agora não sabe bem o que fazer com ele - ou o que ele pode fazer.
18 Out 24
Indústria da ‘carne’ sintética exige subsídios públicos porque ninguém está a comprar a ideia.
Esta podia ser uma boa notícia, se não fosse legítimo suspeitar que os contribuintes vão acabar por pagar o prejuízo de uma actividade absolutamente nojenta, e vão acabar por comer carne artificial quer queiram, quer não.
14 Out 24
O preço da ganância e da incompetência: Boeing vai despedir 17.000 trabalhadores.
17.000 mil trabalhadores da Boeing vão pagar o preço da incompetência e da ganância das elites que nas últimas décadas conduziram aquela que era a mais prestigiada empresa de aeronáutica no mundo ao desastre financeiro e literal.
11 Out 24
Novo chefe da NATO afirma que o caminho de adesão da Ucrânia é “irreversível”.
Depois de ser corrido pelo povo holandês, o globalista Mark Rutte foi promovido a Secretário-Geral da NATO e já está a deixar a sua marca, afirmando, num cúmulo de irresponsabilidade beligerante, que a adesão da Ucrânia à NATO é "irreversível."
11 Out 24
Netanyahu diz que Macron é “vergonhoso” por apoiar o embargo de armas a Israel.
O primeiro-ministro israelita criticou Emmanuel Macron e outros líderes ocidentais por apelarem a um embargo de armas a Israel, devido aos ataques aéreos indiscriminados sobre Gaza. Mas os dois líderes estão bem um para o outro.