A cidade de Viena, na Áustria, é conhecida, e justamente, pela sua exuberante monumentalidade.
Mas como na Europa o declínio do bom senso e do bom gosto tem aberto espaço para aberrações de toda a espécie, o município vienense acabou de inaugurar, a 28 de Outubro, uma fonte que não é uma fonte, que é uma abominação estética – que custou 1,8 milhões de euros – destinada a comemorar o 150º aniversário do moderno sistema de abastecimento de água da cidade.
A autarquia calculou inicialmente que o projecto custaria 2,1 milhões de euros, mas a fonte, que inclui 33 figuras humanóides abstractas, ficou abaixo do orçamento. O que, por si só, já é notícia, considerando o rotineiro despesismo relacionado com este tipo de subprodutos pós-modernistas.
O Presidente da Câmara de Viena, Michael Ludwig, e o Presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, assistiram à cerimónia de inauguração. Ludwig escreveu no Twitter.
“Há 150 anos, a conduta trouxe-nos água potável da melhor qualidade, vinda dos Alpes austríacos. Este dia marca a libertação de Viena da escassez de água e de epidemias como a cólera”.
Mas não de epidemias como a da arte degenerada, pelos vistos.
Vor 150 Jahren brachte die Wasserleitung Trinkwasser in bester Qualität aus den niederösterreichischen Alpen zu uns. Der Tag markiert Wiens Befreiung von Wassernot & Seuchen wie der Cholera. Heute habe ich den Brunnen gemeinsam mit Bundespräsident @vanderbellen eröffnet. pic.twitter.com/8BXk3cVeES
— Michael Ludwig (@BgmLudwig) October 24, 2023
Ludwig, que aparentemente está muito orgulhoso do horror que encomendou e financiou, disse ainda que
“A fonte, estruturalmente muito exigente, foi construída em apenas oito meses”.
240 dias para levantar esta definição de desperdício. Bom Deus.
Fountains in 1902: Fountains in 2023: pic.twitter.com/9wQmesAepn
— Culture Critic (@Culture_Crit) October 30, 2023
O nome da fonte comemorativa, “WirWasser” (literalmente “Nós Água”), pretende representar a responsabilidade da sociedade pela água que consome. Já que não pela arte que produz.
Os autores deste monumento ao feio absoluto ganharam fama pelas suas instalações que representam gigantescas porções de… fezes. E está tudo dito.
Paul Joseph Watson comenta a monstruosidade, que merece todo o sarcasmo de que só ele é capaz.
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