Os falcões conservadores querem aumentar as tensões com Pequim, mas as autoridades de Londres estão relutantes.
Dois antigos líderes do Partido Conservador britânico apelaram na segunda-feira a uma posição mais dura em relação à China, após a revelação de que funcionários do Parlamento foram presos por suspeitas de espionagem há meses.
Iain Duncan Smith, ex-líder do Partido Conservador, disse à Câmara dos Comuns que era “uma notícia terrível” que uma célula de espionagem chinesa poderia estar a operar em Londres, enquanto a ex-primeira-ministra Liz Truss instou o governo a
“reconhecer que a China é a maior ameaça tanto para o mundo como para a liberdade e democracia do Reino Unido”.
Smith e Truss instaram o primeiro-ministro Rishi Sunak a declarar o regime de Xi Jinping como uma “ameaça”, o que colocaria qualquer pessoa com relações profissionais ou pessoais com a China sob o escrutínio reforçado dos serviços de segurança.
Mas reduzir a política do Reino Unido em relação à China “apenas a uma dimensão” seria errado, segundo disse o porta-voz de Sunak, Max Blain, à AP.
“Precisamos de aproveitar a oportunidade para nos envolvermos com a China, e não apenas para ficarmos do lado de fora a gritar.”
A Secretária de Estado dos Negócios, Kemi Badenoch, também defendeu que o Reino Unido não deve usar uma linguagem abertamente hostil, declarando à Sky News que:
“A China é um país com o qual fazemos muitos negócios. É um país importante em termos de economia mundial. Tem assento no Conselho de Segurança da ONU. Não devemos certamente descrever a China como um inimigo, mas podemos descrevê-la como um desafio”.
Sapatinhos de lã. Seria bom que toda esta moderação diplomática também fosse aplicada a outras nações, como, por exemplo, a Rússia. Mas adiante.
A Polícia Metropolitana revelou no fim de semana passado que dois homens foram detidos em Março ao abrigo da Lei dos Segredos Oficiais, tendo sido libertados sob fiança até Outubro.
A polícia não deu o nome de nenhum dos suspeitos, mas os media divulgaram as suas identidades. O Sunday Times referiu-se a um dos suspeitos como um assessor do Parlamento, Tom Tugendhat, de 28 anos, que estava “intimamente ligado” ao Ministro de Estado e da Segurança, e que trabalhava como investigador para Alicia Kearns, presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Comuns.
Em comunicado divulgado pelos seus advogados na segunda-feira, o assessor sustentou ser “completamente inocente”.
“Passei minha carreira até hoje tentando educar outras pessoas sobre o desafio e as ameaças apresentadas pelo Partido Comunista Chinês. Fazer aquilo que me acusam em reportagens extravagantes seria contra tudo o que eu defendo”.
Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse na segunda-feira que a alegada actividade de espionagem da China no Reino Unido é “inexistente” e que a Grã-Bretanha deveria
“parar de espalhar informações falsas e parar com a sua manipulação política anti-China e difamação maliciosa”.
A verdade é que os chineses não têm com que se preocupar. O governo de Sunak seria incapaz de fazer fosse o que fosse para hostilizar o império do meio. Até porque está muito mais interessado em hostilizar os cidadãos britânicos.
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