O Rei Carlos III foi coroado no Sábado. Mas não como rei dos bretões. Foi coroado para servir uma majestade maior que não a dos Windsor. Foi coroado para cumprir desígnios que transcendem a prosperidade, o bem estar e a liberdade dos seus súbditos. Foi coroado para representar interesses que são antípodas dos interesses dos cidadãos a quem, de tão inseguro de si e de tal forma consciente de que não os representa, exigiu um voto de fidelidade, que como é costume da cerimónia, está reservado apenas à alta aristocracia do reino.
Carlos III será o primeiro rei com um claro manifesto político na história dos Windsor, pelo menos. E talvez o mais hipócrita. É o monarca do Great Reset, do Build Back Better e do Netzero enquanto voa de jacto privado como quem vai passear o cão à rua. É o pontífice da imprensa corporativa e da indústria farmacêutica e dos poderes estabelecidos, que não fala em nome de um povo mas de uma elite ínfima de magnatas, tiranos e tecnocratas. É o chefe de estado progressista, feminista, globalista, campeão da “diversidade”, que vive numa redoma de luxo estratosférico. É um sumo-sacerdote da igreja woke, enquanto descarta o cristianismo como um mal necessário da coroa britânica.
Carlos III não é de Coburg, nem de Balmoral, nem de Gales, nem de Westminster. Carlos III é de Davos.
Carlos III é o Rei WEF.
Não pode assim ser fiel ao juramento que fez no Sábado de que irá servir todos os britânicos. Carlos é inimigo de uma grande parte deles porque as políticas que defende vão empobrecê-los, tiranizá-los, humilhá-los e espoliá-los da sua identidade e da sua história.
Carlos é um actor político e, assim sendo, tem na grande maioria dos seus súbditos adversários políticos. E toda a gente sabe que a política é um campo de batalha. Carlos não pode ser monarca daqueles que estão do outro lado da trincheira. Daqueles que é preciso reduzir à miséria, para salvar o planeta. Daqueles que é preciso silenciar, para salvar o regime. Daqueles que é preciso aviltar para que saibam da sua insignificância e enganar para que na confusão entre a realidade e a narrativa sejam mais facilmente manipulados, assustados e controlados.
WEF agent to be crowned king today – cue the sycophants while I go into hibernationhttps://t.co/qcgO95Yqj7
— David Icke (@davidicke) May 6, 2023
Neil Oliver tinha que ser chamado a esta conversa, porque é agora e precisamente súbdito de um sujeito que o escocês interpreta – correctamente – com um obstáculo à sua vontade de verdade e de liberdade. E porque é sempre um prazer ético e estético ouvir a prosa do irredutível escocês.
O Contra subscreve, palavra por palavra, este monólogo.
Na cerimónia, que correu dentro da pompa e circunstância de que Carlos, apesar de todo o seu pós-modernismo neoliberal, não parece inclinado a abdicar, mas que não teve de todo o clima alegre e lealista de outras ocasiões similares num passado não muito distante, salva-se a Princesa de Gales, que nitidamente nasceu para isto:
This photo of The Princess of Wales is GORGEOUS!#coronation
📸: Getty Images pic.twitter.com/ij2nEcdi77
— Isa (@isaguor) May 6, 2023
O Contra deseja enfim, longa vida a Carlos. Mas que seja breve o seu reinado.
Relacionados
25 Mar 25
Os tiranos da Covid não são vítimas. São criminosos.
Os “peritos” da Covid não foram vítimas do vírus. Escolheram a tirania não científica dos confinamentos, dos mandatos de vacinação e das regras mesquinhas e ineficazes, mas não tinham que o fazer. São criminosos e é assim que devem ser tratados. Uma crónica de Afonso Belisário.
20 Mar 25
Trump libera documentos secretos do caso JFK.
Não sejamos ingénuos ao ponto de esperarmos tirar revelações contundentes dos arquivos confidenciais, divulgados por ordem de Donald Trump, já que estiveram nas mãos do “deep state” norte-americano por mais de 60 anos. Uma crónica de Walter Biancardine.
19 Mar 25
Never Trump: uma bolha de nariz empinado.
Depois de ter lido "Tha Case for Trump", do professor Victor Davis Hanson, Lourenço Ribeiro escreve sobre essa tribo elitista de ditos conservadores norte-americanos que conseguem odiar mais Donald Trump do que os próprios democratas, se possível.
18 Mar 25
A república dos mortos-vivos.
O sr. Sousa esqueceu-se que os portugueses não votam num governo, mas na composição partidária da Assembleia da República, que pode ou não apresentar condições de governabilidade. E tomou a pior decisão possível, como era expectável.
18 Mar 25
Cristo Rei: Festa espiritual, nunca ferramenta ideológica.
Walter Biancardine desmonta nesta crónica o infame paper co-autorado por Judas B. Peterson, onde se argumenta descabidamente que a expressão "Cristo é Rei" resulta do extremismo político em vez da mais linear e canónica das convicções cristãs.
17 Mar 25
O segundo mandato de Donald Trump está a ficar cada vez mais parecido com o primeiro.
É lamentável, mas a presidência de Donald Trump está a dar sinais de desprezo pelo seu claro mandato eleitoral, cedendo à tentação imperialista, às pressões do estado profundo, à pulsão despesista e ao belicismo do aparelho militar e industrial norte-americano.