O cinema e o entretenimento são meios utilizados por Hollywood para conduzir as crenças da esquerda radical até ao mainstream da cultura popular, de tal forma que a sétima arte passou a constituir um braço armado das psy-ops a que somos constantemente sujeitos.
A este propósito vem o último lançamento da Marvel Studios, “Ant-Man and the Wasp”: Quantumania”. O filme é, muito simplesmente e não há outra forma de o descrever, muito mau. Está mal escrito, mal realizado e desastradamente cinematografado, dependendo mais de imagens sombrias geradas por computador do que da história, que é paupérrima, para manter o público envolvido.
De acordo com a actual trajectória ideológica do Universo Cinematográfico Marvel, o filme reduz as figuras paternas ao estatuto de bobos da corte ao mesmo tempo que enfatiza as virtudes do adultério e a radicalização política das crianças. Reforçando o compromisso com a feminização dos personagens masculinos, o papel de Paul Rudd como pai é o do yes man perante os caprichos da sua filha adolescente. O personagem de Michael Douglas, apesar de retratar um super génio, é trabalhado como um resmungão que aceita o adultério da sua mulher como um mero inconveniente menor.
Mas isto deveria realmente ser esperado, uma vez que se tornou a norma para a empresa-mãe da Marvel – a Disney – em tudo o que produz. A obsessão da Disney em inculcar no seu público – que é efectivamente global – a ideologia woke e o neo-marxismo do liberalismo iliberal dos tempos que correm é a razão pela qual as histórias giram constantemente em torno de rebeliões políticas e revoluções culturais. Reforça as prioridades da oligarquia corporativa que nos governa.
Os estúdios utilizam produções de cultura pop para enraizar na consciência colectiva os seus valores desviantes e daí a insistência na construção de universos cinematográficos delirantes e na produção de sequelas sobre sequelas, cujo principal objectivo não é o de entreter, mas o de doutrinar. Estas histórias são ferramentas que ajudam a formar as narrativas amplamente aceites que dirigem a sociedade.
É por isso que o grupo étnica e sexualmente diverso de engenheiros-censores, comissários soviéticos, intelectuais do apocalipse e ideólogos de trazer por casa está sempre presente nos meios de comunicação social. Os paramilitares woke da realidade são como os super-heróis da ficção: constituem a fauna da perpétua revolução cultural em que vivemos mergulhados.
Quantas das histórias mais populares de Hollywwod e dos estúdios da Marvel valorizam coligações rebeldes que se levantam para colocar no seu lugar as instituições tradicionais da civilização?
Na Guerra das Estrelas, a Resistência procura minar o Império opressivo e a Primeira Ordem, estruturas lideradas por homens brancos de meia-idade ou velhos. Adaptações cinematográficas de ficção popular para jovens adultos como “The Hunger Games” ou “Divergent” colocam a rebelião política e a resistência às forças opressivas na linha da frente das suas narrativas. Isto embora as elites conteporâneas se assemelhem bastante àquelas que são retratadas na série protagonizada por Jennifer Lawrence.
Mesmo colocando de parte “Quantumania”, o catálogo da MCU encheu-se de apologias da esquerda do vale tudo e do quanto pior melhor. O exemplo mais proeminente disto é a série Disney Plus “The Falcon and the Winter Solider”, que apresenta um grupo de terroristas transnacionais que assassinam pessoas a fim de alcançar equidade social e cuidados de saúde universais. “Wandavision”, uma série sobre uma bruxa emocionalmente instável, é um complicado trabalho de justificação moral da personagem principal, que trava uma guerra contra o governo dos EUA e mantém toda uma cidade refém porque as suas emoções levaram a melhor sobre o bom senso.
É certo que os temas de rebelião nem sempre são nefastos. Comédias como “Superbad” confiam em sentimentos de rebelião juvenil para dar uma direcção à história, e nenhuma pessoa séria se oporia seriamente a relatos fiéis da revolução americana ou das Forças Aliadas que resistiram aos avanço dos nazis.
A questão é de sobrecarga temática e semântica. Executivos cínicos empregam equipas criativas ideologicamente motivadas que infectam o entretenimento com as pretensas virtudes da diversidade e da justiça social, da equidade e da discriminação positiva, do marxismo e do revisionismo, das urgências climáticas e dos malefícios do cristianismo.
Se as personagens revolucionárias constituem invariavelmente os bons da fita, os públicos jovens que são o alvo destas produções e que são mais facilmente manipulados e impressionados vai ser condicionados a pensar que qualquer facção que invoque uma estética semelhante ou terminologia adjacente estará do lado moralmente correcto de qualquer conflito. Com a ascensão da Antifa e dos grupos ambientalistas radicais, isso é dolorosamente claro. Afinal de contas, “Antifa” significa “anti-fascista”, pelo que qualquer coisa a que se oponham é fascismo, e as suas tácticas flagrantes estão em busca de remover o fascismo da sociedade. O mesmo acontece com o movimento Black Lives Matter, cuja nomenclatura impossibilita a discussão dos valores implícitos (ninguém vai dizer que as vidas das pessoa negras não têm significado, como é óbvio).
É assim premente que os pais ganhem consciência dos valores que, a pretexto do entretenimento, se estão a inculcar nos seus filhos. E que tentem combater a operação de lavagem ao cérebro que as grandes indústrias do audio-visual estão empenhadas em desenvolver.
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