Recentes sondagens mostram que neste momento e nos estados decisivos da federação americana, o eleitorado republicano favorece Ron DeSantis, o popular governador da Florida, em detrimento de de Donald Trump. E por margens muito substanciais.
Uma sondagem conduzida entre 11 e 13 de Novembro pela WPA Intelligence em nome do conservador Club for Growth Action revelou que DeSantis é o candidato preferido por 48% dos prováveis eleitores republicanos de Iowa, em comparação com apenas 37% para Trump. A margem é ainda maior em New Hampshire: Os republicanos preferem DeSantis por uma margem de 52% sobre 37%.
No que deve ser uma humilhação particular para Trump, o ex-presidente fica a 26 pontos do Governador no estado em que os dois residem, a Florida: 56% para 30%.
Uma outra sondagem encomendada pelo Partido Republicano do Texas revelou que 43% dos republicanos do Texas preferem DeSantis, em comparação com os 32% que apoiam Trump.
Para além de revelarem para já diferenças significativas entre os dois principais candidatos republicanos às presidenciais de 2024, este números mostram que a posição de DeSantis se fortaleceu na sequência da sua retumbante vitória nas eleições na Florida, onde não só derrotou Charlie Crist por 19 pontos percentuais, como também ajudou a levar os republicanos a uma hegemonia em todo o estado, incluindo uma vitória histórica no condado de Miami-Dade, maioritariamente hispânico. Em 2018, Ron DeSantis tinha perdido esse condado por 20 pontos.
Em Agosto, sondagens realizadas para o Club For Growth Action, Trump liderava DeSantis em Iowa, e empatava com ele em New Hampshire, perdendo apenas por sete pontos na Florida. Agora, os resultados são bem diferentes. Trump caiu estrondosamente também no Texas. Ainda no mês passado, o antigo presidente liderava confortavelmente as preferências de voto dos republicanos do Lone Star State, com 46% sobre 29% de Ron DeSantis, mas está agora a 11 pontos do seu rival.
Resta saber se algum do brilho da reeleição de DeSantis se revelará temporário, ou se Trump é capaz de alterar esta tendência, atacando o seu adversário.
Nos dias que antecederam as eleições intercalares, Trump chamou ao governador da Florida “Ron DeSanctimonious”. Após as eleições, Trump ameaçou revelar detalhes pouco lisonjeiros sobre o seu adversário.
“Sei mais sobre ele do que ninguém, a não ser, talvez, a sua mulher”.
Referindo-se provavelmente a este género de baixa política o presidente do Club for Growth, David McIntosh declarou:
“As nossas sondagens mostram que os eleitores conservadores reconhecem os insultos de Trump contra candidatos republicanos como insubstanciais e contraproducentes, e isso está a ter um custo significativo no seu apoio”.
As próprias sondagens podem ser um sinal de que Trump está também em confronto com a liderança do Partido Republicano e organizações aliadas. o Politico caracterizou a sondagem do Club For Growth Action como um aviso disparado na direcção de Trump:
“O conservador Club For Growth está a enviar um tiro de aviso ao ex-Presidente Donald Trump na véspera do esperado lançamento da campanha de 2024 – e indicando que poderá apoiar o seu principal rival, o Governador da Flórida Ron DeSantis.”
De facto, a sondagem representa a última reviravolta numa relação complicada entre o Club For Growth Action e Donald Trump. Depois de se ter oposto com veemência à campanha do magnata em 2016, o grupo conservador tornou-se um aliado do ex-presidente durante o seu mandato na Casa Branca.
As tensões voltaram a surgir este ano, nas primárias para o Senado em Ohio: enquanto o Club for Growth apoiou Josh Mandel, Trump endossou J.D. Vance, o candidato que acabou por ser eleito nas intercalares. O Politico relata que, à medida que a relação se deteriorava, Trump enviou esta simpática mensagem a David McIntosh:
“F*** you.”
Mas é cada vez mais evidente que os insultos até podem resultar se forem direccionados aos democratas, dada a profunda divisão ideológica e cultural em que vive a federação, mas dificilmente irão somar dividendos quando são dirigidos a políticos que também são respeitados pelo eleitorado conservador, como Ron DeSantis.
Para voltar a ser o candidato republicano a umas eleições presidenciais, Donald Trump tem muito que trabalhar. E muito que refrear a vulgaridade que lhe é instintiva.
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