A comunicação social e os aparelhos de poder liberal-fascista que imperam na União Europeia entraram em pânico com os resultados eleitorais italianos. E apressaram-se a intensificar a retórica do costume, que começa com a nomenclatura: tudo o que foge ou que se opõe à ideologia estabelecida e às narrativas das elites globalistas é “radical” e de “extrema direita”.

Pura projecção: as políticas extremas e radicais são as da União Europeia, que em nome da diversidade, por suprema ironia, tenta arrasar a identidade, a cultura, a história e as características demográficas das nações, anulando tradições, costumes, mentalidades e até diferenças de género. Políticas extremas e radicais são aquelas que usam o Banco Central Europeu como instrumento de conformidade política, chantageando governos e eleitorados num braço de ferro que se destina a uniformizar a opinião e a controlar o pensamento dos cidadãos. Políticas extremas e radicais são aquelas que a cada dia que passa intensificam a guerra na Ucrânia, obrigando a Rússia a subir a mais perigosa das paradas, a do conflito termo-nuclear. Políticas extremas e radicais são as da esquizofrénica e insustentável emissão de moeda para subsidio de tudo e de todos, com resultados económicos e sociais desastrosos como a inflacção de níveis terceiro mundistas, o desemprego, a dependência crónica do estado e a inutilização do indivíduo. Políticas extremas e radicais são aquelas que promovem revoluções energéticas brutais, numa transição alucinada dos combustíveis fósseis para soluções renováveis que são ineficazes e incapazes de satisfazer a procura, fazendo subir os custos industriais e domésticos para lá dos limites da sanidade governativa e da paz social. Políticas extremas e radicais são as de impossibilitar os agricultores de produzir alimentos e as indústrias de produzir bens, através de metas de “emissão zero” completamente irrealistas e destrutivas do tecido económico dos estados membros. Políticas extremas e radicais são as que se destinam a empobrecer as populações, a retirar-lhes a expectativa de prosperidade, a censurar-lhes as opiniões, a obliterar-lhes qualquer sentido dialéctico que queiram manter sobre a existência e a reduzir-lhes ao máximo o espaço vital de liberdade e heterogeneidade.

Nada há de mais extremo ou radical do que obrigar milhões de pessoas a serem submetidas a uma terapia genética de carácter experimental. Nada há de mais extremo e radical do que paralisar e fascizar as sociedades em nome de um vírus gripal ou de um imaginado apocalipse climático. Nada há de mais extremo e radical do que isolar dos seus familiares directos, doentes terminais, impedir crianças de ir à escola e mascará-las e vaciná-las contra uma doença que não as ameaça, fechar empresas e pequenos negócios, controlar os banhos que os cidadãos tomam, os quilómetros que fazem ou o que dizem nas redes sociais. Nada há de mais extremo e radical do que subir as taxas de juro num momento em que a economia global está a entrar numa profunda recessão.

Comparada com a senhora Van der Lyen, Giorgia Meloni passaria facilmente por liberal, no sentido antigo da palavra. Porque Meloni, na verdade, só quer ser deixada em paz com os seus valores, com a sua religião, com o facto inalienável de ser mulher, e de saber o que é isso de se ser mulher; com o facto de ser italiana e de saber o que é isso de se ser italiana. A vencedora das eleições de ontem em Itália não propõe utopias, revoluções, rupturas com o passado imperfeito em nome de um futuro perfeito (invariável receita de holocaustos), súbitas transições energéticas e industriais e culturais e demográficas. Não é por isso, nem extremista, nem radical. Será conservadora, no sentido moderno da palavra. Anseia por um regresso. Tem saudades de um legado. Não tem vergonha de ser quem é nem de onde veio. Não sente culpa por ser branca nem por ser italiana nem por representar um último reduto daquilo que um dia foi a civilização ocidental. Quer ser livre para cumprir o seu específico destino. Quer que os italianos sejam livres para cumprir o seu específico destino. Será talvez apropriado ouvi-la:

 

 

E assimiladas estas assertivas e libertárias palavras, há que perguntar: quem são afinal os radicais?