O debate presidencial de quarta-feira à noite foi tudo menos empolgante. E aqueles que estavam, talvez justificadamente, dado o analfabetismo de Kamala Harris, à espera de ver Donald Trump arrumar com a sua adversária, ficaram por certo desiludidos.
Muito porque o candidato republicano, que não se apresentou nitidamente na sua melhor forma, aceitou debater a vice-presidente em território inimigo (a predisposição dos responsáveis pela campanha republicana para aceitarem as regras do jogo democrata e os palcos da imprensa corporativa não cessa nunca de espantar), segundo um formato cuidadosamente estudado para proteger Kamala (até o púlpito foi pensado para que ela não parecesse mais baixa que o seu opositor) e com dois apparatchiks da ABC que de ‘moderadores’ só tinham o título, interrompendo constantemente Donald Trump com ‘verificação de factos’ enquanto deixavam a candidata democrata aldrabar a adormecida audiência a seu bel prazer.
Para além de lhe reservarem as perguntas mais descomplicadas, porque sabiam que estavam a interrogar alguém com graves insuficiências intelectuais, David Muir e Linsey Davis engoliram até, em silêncio, a insana afirmação da candidata democrata de que o 6 de Janeiro de 2021 tinha sido o mais destrutivo ataque à democracia americana desde a Guerra Civil, precisamente na véspera do aniversário do ataque às Torres Gémeas. Ao invés, o ex-presidente foi mais uma vez confrontado com acusações de insurreição e copiosamente interrogado sobre as prioridades económicas e internacionais dos Estados Unidos.
Mas talvez o detalhe mais irritante de todo o debate tenha sido a insistência constante, por parte de Kamala, de que a América precisa de “avançar” e que esse ‘avanço’ só é possível se Trump não for eleito e a actual vice-presidente subir o degrau que lhe falta na sua muito bem sucedida carreira de equívocos.
É que ela, pelos vistos, chegou agora à política, é uma inovadora força de progresso e uma lufada de ar fresco. A ideia que a senhora representa precisamente a repetição de mais 4 ou 8 anos do mesmo decaimento a que temos assistido durante o doloroso evoluir do regime Biden é alucinada. Não podemos acreditar no que nos dizem os nossos sentidos, no que conclui o nosso raciocínio. A realidade é irreal. Os factos são ficção. E Kamala é sinónimo de ‘avanço’ enquanto Trump é o incendiário da Constituição e do Capitólio, um nazi chapado que vai forçar as mulheres e as minorias étnicas à escravidão.
Até porque Trump, aparentemente, nunca foi Presidente dos Estados Unidos e se, entre 2016 e 2020, o tivesse sido, a América tinha-se tornado numa ditadura dantesca, com os negros a serem reconduzidos às plantações de algodão e as vamps de Hollywood a serem violadas em rituais públicos, junto à estátua de Abraham Lincoln, em Washington D.C.
Acontece que os únicos argumentos que Kamala Harris, e os democratas em geral, podem usar são baseados em mentiras e no medo, porque só têm no seu portfólio dantesco o caos, a destruição, a decadência, o fim do império, a degradação dos centros urbanos, os milhões de imigrantes ilegais que entram no país sem qualquer supervisão, o implacável empobrecimento da classe média, a religião woke e o culto do apocalipse climático, a restrição de liberdades constitucionalmente consagradas, a instrumentalização da justiça, a volição bélica (apesar da péssima gestão do seu poder militar), a desvalorização do dólar, a inflacção, as altas taxas de juro, a perda de prestígio e influência no palco global e etc.
A administração Biden-Harris tem sido um fracasso colossal em todas as escalas e análises que pretendam ser minimamente objectivas. Por isso, Kamala não pode sustentar a sua candidatura com base em êxitos, pela simples razão que não tem nenhuns. Nem por uma visão da América e do mundo, porque é cega dos neurónios. Nem por valores em que acredita, porque é ateia de princípios morais.
A única coisa que os democratas podem fazer é vender uma caricatura de Trump, tentando retratá-lo, com a colaboração dos media, como um dos grandes vilões da história americana.
A verdade é que o ‘avanço’ que a candidatura Harris-Walz propõe não vai melhorar em nada a experiência americana, muito antes pelo contrário. A liberdade de expressão e de dissidência política vai ser ainda mais restringida, os tribunais vão ser ainda mais instrumentalizados, os preços vão continuar a subir, as potências adversárias vão tornar-se mais ousadas e os imigrantes ilegais vão continuar a entrar no país até a desagregação social definitiva.
Porque Kamala vai servir na perfeição a agenda sinistra das elites globalistas-leninistas, que só têm um objectivo: reduzir a cinzas para delas levantar a distopia.
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