“A triste verdade é que o mal é feito principalmente por pessoas que nunca se decidiram a ser boas ou más.”
Hannah Arendt . Eichmann in Jerusalem: A Report on the Banality of Evil . 1963
A tirania, o caos, a decadência, a infâmia, o espectáculo de horrores que nos oferece a queda da civilização ocidental tem os seus agentes.
Mas o pior agente possível não é o activista da Antifa, que anda de martelo em riste a esmagar crânios de quem ainda tem esperança (vã) de conservar um país para os nativos desse país; ou o militante LGBT que acha que quem não está predisposto a levar no cu é homofóbico; ou o gestor de fundos em Wall Street que trabalha com o dinheiro da classe média para fazer desaparecer a classe média; ou o CEO de Silicon Valley que gosta de se fazer passar por Deus, enquanto gasta biliões de dólares para programar um modelo de linguagem que muito vagamente se assemelha à mais estúpida das criaturas; ou o globalista de Davos que tem pretensões a José Estaline, enquanto esquia pelos Alpes; ou o palhaço rico que se transporta de jacto privado para profetizar o apocalipse climático e ganha o prémio nobel da paz por causa de um powerpoint falacioso.
O pior agente possível não é o Marcelo, o Costa, o Sócrates, ou até (mesmo esticando o argumento) o Montenegro.
O pior agente possível, por incrível que possa parecer, não é o Alexandre de Moraes, nem o Justin Trudeau, nem o Emmanuel Macron, nem qualquer vilão deste género.
Não. Estes sinistros personagens são escassos, são raros e, num mundo normal, seriam irrelevantes. Pela simples razão de não ser nada fácil tirar o primeiro prémio da vilania na lotaria genética.
Ao contrário, o pior agente possível abunda como uma praga sem remédio. O pior agente possível é o executivo anónimo da Sonae que vende a alma ao diabo por mil e quinhentos euros por mês (brutos). É o repórter da SIC Notícias que mente – e sabe que mente – todos os dias no canal que promete factos. É o engenheiro da Vodafone que está mais preocupado com a diversidade e a equidade e a inclusão do que proporcionar um serviço minimamente decente aos seus infelizes clientes. É o incauto que vota Iniciativa Liberal a pensar que a Iniciativa Liberal é liberal. É o imbecil que dá uma pipa de massa por um Tesla a pensar que está a economizar uns cobres e a salvar o planeta. É o infeliz que, por ser feminista, acha que vai ter mais sorte com as mulheres. É o burocrata que faz o que lhe mandam, independentemente do que lhe mandam fazer. É o polícia de giro que ‘visita’ um cidadão para controlar o seu pensamento, porque o fascismo está na Lei, mesmo que não esteja na Constituição. É o guarda prisional que saca uns cobres extra para proteger o preso político dos verdadeiros criminosos. É o normalóide que não discute política para não correr o risco de perder o emprego que detesta. É aquele insecto que, durante a pandemia, usava máscara enquanto conduzia, a sós, o seu automóvel. É o colaboracionista, que empresta massa crítica aos tais que são raros e que seriam irrelevantes não fosse a multidão de servos de que se servem.
O verdadeiro e primeiro e derradeiro crime contra a humanidade não foi cometido pela Pfizer. Foi cometido por aqueles que se sujeitaram, alegremente, à terapia genética da Pfizer.
Bem sei que estas palavras são duras, mas, estatisticamente, é muito provável que o pior agente possível sejas tu.
Acontece porém que tens a sorte de fazer parte de uma cultura – a cristã – que te oferece a possibilidade da redenção. Basta que confesses: sim, o pior gajo possível, sou eu. Basta que prometas, de ti para ti: Vou tentar, daqui para a frente, ser um gajo decente, perseguir a verdade de Cristo, assumir a condição de Sapiens e abdicar do conformismo bovino.
Não é tão difícil como parece.
PAULO HASSE PAIXÃO
Publisher . ContraCultura
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