Este é um artigo muito curtinho porque o protagonista não merece mais.

Stephen Colbert tentou um dia ser comediante. Como nunca teve piada na vida, decidiu então que o melhor era ser propagandista mascarado de comediante e é isso que ele faz, diariamente, na CBS. Num programa recente, ao entrevistar uma ‘jornalista’ da CNN, Colbert disse-lhe, numa afirmação que não tentava ser humorística:

– Eu sei que vocês na CNN são objectivos e reportam as notícias como elas são…

E a audiência, paga para ali estar e esmagadoramente liberal, desatou a rir, como se, por uma vez, Colbert tivesse dito algo realmente engraçado.

 

 

O momento, embaraçoso e constrangedor como o diabo, mas revelador de que até o público dos propagandistas já não os leva a sério, que até os liberais já perceberam que a CNN é tudo menos uma instituição objectiva que tenta reportar os factos, é excessivamente luminoso para ser ignorado.

E Stephen Colbert, mais uma vez, prova aqui que é a representação rigorosa de tudo o que corre mal com os intérpretes dos media ocidentais. Pensa que tem graça; não tem piada nenhuma. Acha que é amado por multidões; apresenta audiências miseráveis. Julga-se o bom da fita; é um nazi de primeira. Considera-se dotado; é destituído. Ganha milhões; não merece dez dólares por hora. Imagina-se rebelde; não passa de um servo do sistema.