Num perverso exercício de retórica orwelliana, os globalistas está a condenar a rejeição do seu programa de cinzas pelos eleitores do velho continente como uma ameaça à “democracia”.

As elites exageram frequentemente a ameaça à democracia que representa o questionar de eleições controversas, quando os seus candidatos ganham e não importa quantas irregularidades existam. Essas questões, afirmam, minam a vontade dos eleitores e destroem a confiança no processo eleitoral.

No entanto, quando os eleitores rejeitam abertamente a sua agenda destruidora e os seus candidatos nas urnas, estes “defensores da democracia” cantam um fado completamente diferente. Tal é o caso da reacção às eleições para o Parlamento Europeu, quando os eleitores de vários Estados-membros da União Europeia (UE) rejeitaram a agenda globalista de esquerda ao elegerem candidatos populistas de direita para a assembleia legislativa da UE.

Em França, o partido Reassemblement National (RN) de Marine Le Pen derrotou o partido liberal Renaissance do presidente francês Emmanuel Macron. O RN obteve 31,4% dos votos, o que é mais que o dobro dos 14,6% que a Renaissance somou. Le Pen, que anteriormente concorreu contra Macron nas eleições presidenciais francesas de 2017 e 2022, manifestou esperança de que os resultados “porão fim a esta época dolorosa do globalismo”.

Macron anunciou, após a derrota de seu partido, eleições antecipadas para a Assembleia Nacional legislativa do país, que ocorrerão a 30 de Junho e 7 de Julho. A medida é vista como uma aposta arriscada que poderá alterar os equilíbrios políticos em França.

Mas Macron não é o único globalista a ter experimentado uma derrota nas urnas. Na Alemanha, os Social-democratas de esquerda do chanceler Olaf Scholz terminaram num péssimo terceiro lugar, atrás de vários partidos de direita. Os resultados preliminares mostram que a aliança de centro-direita da União Democrata Cristã e da União Social Cristã venceram as eleições e que o partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou em segundo. Em comparação com os 14% do partido de Scholz, o resultado da AfD foi o melhor de sempre para o partido nas eleições da UE desde a sua formação em 2013.

Os partidos populistas de direita também obtiveram ganhos eleitorais em Espanha, em Itália, na Áustria, nos Países Baixos, na Bélgica, na Bulgária e na Croácia. A derrota dos esquerdistas belgas levou o primeiro-ministro Alexander De Croo a renunciar ao cargo.

De Croo já expressou oposição à reeleição do ex-presidente Trump, dizendo no início deste ano: “Se 2024 nos trouxer a ‘América em primeiro lugar’ novamente, será mais do que nunca a ‘Europa por conta própria’”.

É natural ficarmos chateados quando o nosso candidato ou partido político preferido não vence. Mas o que é mais revelador sobre a reacção visceral da esquerda aos resultados eleitorais na Europa é o desdém que sentem por permitir que os eleitores que discordam das suas políticas insanas tenham uma palavra a dizer no processo democrático.

Ao responder às derrotas eleitorais da esquerda europeia, Raphaël Glucksmann, o principal candidato socialista de França, disse:

“Em toda a Europa, estamos a testemunhar uma onda que está a ameaçar a nossa democracia”.

Enquanto isso, a professora da Universidade de Columbia, Sheri Berman, reagiu aos resultados escrevendo uma coluna para o Project Syndicate intitulada “Quão séria é a ameaça antidemocrática da Europa?” no qual enquadrou a ascensão de partidos populistas de direita na Europa como uma “ameaça” à “democracia”.

Não satisfeito em manter o foco na Europa, Berman entrou na política dos EUA, alegando que o Partido Republicano “foi na direcção oposta da maioria dos seus homólogos da Europa Ocidental, transformando-se, de um partido conservador, num partido radical de extrema-direita”. A professora também regurgitou o falso argumento dos Democratas de que “a democracia na América sofrerá” se Trump vencer em Novembro e avisou que isso “encorajaria os extremistas na Europa e noutros lugares a forçar ainda mais os limites e a minar as alianças e instituições internacionais sobre as quais se apoiam as alianças europeias e globais de que a estabilidade depende há muito tempo.”

“Os EUA deixam claro que o extremismo pode transformar rapidamente um partido e degradar a democracia, mesmo em locais onde a sua estabilidade duradoura é há muito considerada um dado adquirido”, escreveu Berman. “O crescente apoio aos populistas de direita na Europa Ocidental pode não ser uma crise existencial para a democracia actualmente, mas é um aviso que deve ser levado a sério.”

As reações absurdas da esquerda à derrota eleitoral, profusamente ilustradas por Paul Joseph Watson no vídeo em baixo, não são nem um pouco surpreendentes.

Apesar das suas afirmações em contrário, os esquerdistas não acreditam na “democracia” a menos que possam manipular o sistema para promover os seus objectivos políticos. Ou seja, o processo eleitoral só é positivo quando a esquerda globalista ganha.

É por isso que os esquerdistas se apresentam desonestamente como campeões da “democracia”, de forma a representarem os seus oponentes como um perigo para os próprios alicerces da sociedade.

Para ver esta estratégia em acção, basta olhar para as tentativas dos Democratas de prender Trump e retirá-lo das urnas antes das eleições de 2024. Trump representa um risco para a sua manutenção no poder. Portanto, considerá-lo uma “ameaça à democracia” permite a os democratas finjir legitimidade na sua utilização do sistema jurídico como arma contra ele e os eleitores conservadores.

Resta saber se os resultados das eleições para o Parlamento Europeu produzirão uma Europa mais conservadora. Mas o que é certo é que não haverá nenhuma vitória eleitoral dos conservadores ou dos populistas que os globalistas de esquerda não procurem minar para promover a sua agenda marxista.

Porque a democracia só é válida quando eles ganham.