O 13º condado conservador no leste do Oregon votou para se separar do estado democrata e juntar-se ao vizinho Idaho, reforçando este movimento popular de secessão no Oeste dos Estados Unidos.
Os residentes do condado de Crook aprovaram a medida por uma maioria de 53% na terça-feira, tornando-se o 13º condado do estado a aderir ao movimento conhecido como Greater Idaho.
O director executivo do movimento separatista, Matt McCaw, afirmou a este propósito:
“Os eleitores do leste do Oregon falaram alto e bom som sobre o seu desejo de ver as negociações sobre a fronteira avançarem. Com este último resultado no Condado de Crook, não há mais desculpas para a Legislatura e o Governador continuarem a ignorar os desejos do povo.”
O Greater Idaho deslocaria as fronteiras do Idaho, tradicionalmente gerido por republicanos, 320 quilómetros para oeste, através do Oregon, absorvendo mais de metade do seu território mas apenas 10% da população do estado democrata.
O movimento Greater Idaho começou a sério em 2020 e rapidamente ganhou tracção, com 11 dos 36 condados do Oregon a votar a favor da secessão em 2022. A força motriz do movimento é uma divisão política acentuada entre o interior do estado, mais escassamente povoado, rural e conservador, e as cidades costeiras liberais com grandes centros populacionais como Portland e a capital administrativa, Salem.
Se o Greater Idaho se concretizasse, o Oregon perderia dois terços do seu território, mas apenas cerca de 10% da sua população – uma disparidade que deixou os eleitores do interior conservador com a sensação de que as suas leis estão a ser aprovadas por pessoas sem qualquer ligação ao seu estilo de vida e convicções políticas e religiosas.
No site do movimento, lê-se:
“A linha Oregon/Idaho foi estabelecida há 163 anos e está agora desactualizada. Não faz sentido na sua localização actual porque não corresponde à localização da divisão cultural no Oregon.”
O Greater Idaho procura incluir 17 condados no seu movimento, composto por 14 condados completos e três condados parciais.
Mesmo para que o movimento obtenha todos os votos de que necessita, o processo está longe de terminado.
Para conseguir a secessão, as legislaturas estaduais do Oregon e do Idaho teriam de aprovar a medida e, depois, o Congresso dos EUA também teria de a aprovar. O que torna a possibilidade bastante remota, considerando o domínio democrata em Salem, e unipartidário em Washington.
As fronteiras dos Estados já foram redesenhadas no passado – incluindo o território do Maine que se tornou um Estado independente do Massachusetts em 1820 – mas nunca antes uma grande faixa de terra e de cidadãos se separou para se juntar a outro Estado.
E a baixa densidade populacional, que não assegura massa crítica política, condena os conservadores do Oregon a permanecerem reféns da esquerdite crónica que infesta as grandes cidades da costa oeste norte-americana.
O divórcio ideológico entre as áreas urbanas e rurais nos EUA não se limita ao Oregon. Estados como o Illinois, o Arizona, o Kentucky e a Virginia, entre outros, vivem intensamente barricados entre a governação democrata apoiada pelo eleitorado das grandes metrópoles, e as convicções conservadoras daqueles que vivem em pequenas cidades e no campo.
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