O editor executivo do New York Times, Joe Kahn, criticou o regime Biden pelas pressão que exerce sobre a forma como o jornal cobre a actualidade, sugerindo que a Casa Branca preferiria que o NYT documentasse as actividades da administração americana como o Pravda, o jornal estatal da era bolchevique, fazia com o Soviete Supremo.
Bom, é precisamente isso que o NYT faz, por acaso, mas quando até o primeiro órgão de propaganda dos democratas começa a protestar com a pressão fascistóide a que é sujeito, percebemos que na Casa Branca se instalou o pânico.
Os comentários surgem na sequência de alegações do staff da presidência de que o Times não está a fazer o suficiente para impedir o regresso de Donald Trump ao poder e, assim, ‘salvar a democracia’ americana. A este propósito, Joe Kahn escreve:
“Dizer que as ameaças à democracia são tão grandes que os meios de comunicação social vão abandonar o seu papel central como fonte de informação imparcial para ajudar as pessoas a votar – isso é essencialmente dizer que os meios de comunicação social devem tornar-se um braço de propaganda para um único candidato, porque preferimos a agenda desse candidato”.
Mais um vez: O jornal nova-iorquino já há muito que abandonou a sua missão como “fonte de informação imparcial”, e é factualmente um “braço de propaganda” do regime (o editor executivo não deve consumir o produto que executivamente edita), mas adiante.
Logo de seguida, Kahn pergunta, de forma retórica:
“O nosso trabalho é cobrir toda a gama de questões que as pessoas têm. Actualmente, a democracia é uma delas. Mas não é a principal – a imigração está no topo [das sondagens] e a economia e a inflação estão em segundo lugar. Devemos parar de cobrir essas coisas porque são favoráveis a Trump e minimizá-las? Nem sequer sei como é que é suposto que isto funcione na perspectiva de Dan Pfeiffer ou da Casa Branca. Tornamo-nos um instrumento da campanha de Biden? Transformamo-nos na Agência de Notícias Xinhua ou no Pravda e publicamos um fluxo de material muito, muito favorável a eles e só escrevemos histórias negativas sobre o outro lado?”
Correndo o risco do argumentum ad nauseam, há que sublinhar que o NYT é um óbvio “instrumento da campanha de Biden” desde 2019. E que tudo tem feito para encobrir, relativizar e mentir sobre “toda a gama de questões que as pessoas têm”, com especial incidência na inflação, na economia e na imigração. Não é aliás por acaso que Kahn repete o termo muito, em “publicamos um fluxo de material muito, muito favorável”. Ele sabe que já publica material muito favorável. É só uma questão de grau de favoritismo que está em causa.
A verdade é que nos últimos meses, a Casa Branca tem mostrado o seu desagrado até para com a imprensa corporativa, que aparentemente não está a cumprir com a agenda do regime de forma 1000% conformista, como seria desejável para os democratas. No mês passado, foi noticiado que a rapaziada da West Wing chegou ao ponto de pressionar, com sucesso, o ‘verificador de factos’ Snopes, uma outra notável máquina de propaganda democrática, a alterar uma das suas classificações.
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