Os americanos, à esquerda e à direita, experimentam claramente uma “crise de confiança” em Joe Biden. E o seu discurso irritado e repleto de ameaças sobre o Estado da União não ajudou nada.

Logo nos primeiros momentos do discurso, Biden atacou Donald Trump, sem nunca o nomear ou referir sequer a sua condição de candidato às presidenciais de Novembro, tratando-o simplesmente como o seu predecessor e indicando assim que o regime não reconhece o adversário como viável e tudo fará para o arredar do concurso eleitoral.

Depois, Biden exortou os americanos a apreciarem a economia em declínio e a inflação recorde que a sua administração introduziu, gritando:

“A nossa economia é literalmente a inveja do mundo!”

Os preços aumentaram mais de 17% desde que Biden assumiu o cargo, de acordo com um relatório do índice de preços ao consumidor de Dezembro de 2023, da Comissão de Orçamento da Câmara dos Representantes.

O presidente continuou no registo gabarolas, embora falacioso (mentiu mais de 30 vezes na sua alocução), enumerando

“15 milhões de novos empregos em apenas três anos, 800 mil novos empregos na indústria transformadora e desemprego em mínimos de 50 anos”.

Desses 800 mil novos empregos na indústria transformadora que Biden gosta de apregoar, no entanto, “os primeiros três quartos desses ganhos de emprego representaram um regresso aos níveis anteriores à recessão”, como até o verificador de factos do regime, o Politifact, fez notar. Os dados do Gabinete de Estatísticas do Trabalho dos EUA mostram que, antes dos confinamentos da Covid, a economia registou um aumento dramático no crescimento do emprego durante o mandato do ex-presidente Donald Trump. Depois que a economia sofreu paralisações durante a pandemia, em grande parte impostas pelos democratas, voltou a ficar um pouco acima dos níveis anteriores à Covid. Em Fevereiro de 2020, existiam 12.780.000 postos de trabalho, em comparação com 12.964.000 em Fevereiro deste ano. Este crescimento, porém, deve-se fundamentalmente ao aumento da despesa pública, e considerando os biliões gastos pelos programas do regime Biden, os 200.000 novos postos de trabalho que acrescentou ao mercado de emprego pré-pandémico não são orgânicos, e saíram caríssimos aos contribuintes americanos.

Embalado pela inércia de falsidades, Biden continuou:

“Os salários continuam a subir e a inflação continua a descer! A inflação caiu de 9% para 3% – a mais baixa do mundo!”

É certo que a inflação está a descer em relação ao pico que Biden criou, mas isso é como uma mercearia que duplica o preço do leite e depois pede aos clientes para ficarem entusiasmados com um desconto de 10%. Além disso, os americanos dizem que os seus salários não estão a acompanhar o ritmo da inflação.

Biden também se mostrou menos preocupado com e a invasão na fronteira sul da federação do que sobre a necessidade de continuar a enviar à Ucrânia biliões de dólares para combater uma guerra por procuração contra a Rússia.

Mas o maior problema em exibição no discurso de Joe Biden não foi a fronteira aberta ou a economia desanimadora ou o investimento astronómico numa guerra que não pode ser ganha ou a compulsiva tendência para a mentira. O que foi claro ao longo de toda a elocução é que os americanos têm um presidente demente, zangado com os seus próprios cidadãos, à frente de uma administração igualmente incompetente. A incompetência de Biden só é rivalizada pela do antigo Presidente Jimmy Carter. Tal como Biden, Carter supervisionou de forma medíocre crises no país e no estrangeiro e não conseguiu inspirar confiança com o seu infame “Discurso do Mal-estar” de 1979.

Da inflação ao terrorismo, Carter enfrentou uma nação em crise e também tentou acalmar a “crise de confiança” dos americanos no seu governo. Mas, pelo menos, Carter transmitiu aos cidadãos uma mensagem que denotava alguma compreensão dos seus problemas e insatisfações. Em contraste, o Estado da União de Biden na quinta-feira à noite – tal como as mensagens da sua administração em geral – exigem que os americanos não acreditem nos seus olhos mentirosos, em vez de abordarem as suas preocupações.

Ao invés de reconhecer sinceramente os desafios económicos que os americanos enfrentam, Biden insiste que a economia está bem. Mas não é isso que muitos eleitores sentem quando olham para o seu país. Uns impressionantes 72% dizem estar muito preocupados com o preço dos alimentos e dos bens de consumo, de acordo com um inquérito da Pew Research. Cerca de 8 em cada 10 americanos pensam que as autoridades federais estão a fazer um mau trabalho a lidar com a invasão de estrangeiros ilegais na fronteira sul. Os receios dos americanos em relação ao crime também aumentaram sob a égide do regime Biden.

Apesar de ter substituído o registo de estadista pelo de candidato em em campanha, Joe Biden perdeu a oportunidade de parecer um homem honesto e sintonizado com a insatisfação dos eleitores e realista sobre o verdadeiro estado do país. A táctica foi antes a de gritar aos americanos que “o Estado da nossa União é forte e está a ficar mais forte” até que eles, ensurdecidos, acreditem nisso.

 

Tucker Carlson: “O discurso de Biden foi o mais sombrio e anti-americano de sempre.”

Tucker Carlson, classificou o discurso do Presidente Joe Biden na noite de quinta-feira neste termos:

“Provavelmente, o discurso mais negro e anti-americano alguma vez proferido por um presidente americano”.

Numa resposta imediata ao discurso de Biden sobre o Estado da União, o jornalista acusou o presidente de proferir um discurso “totalmente desprovido de decência ou generosidade para com os seus concidadãos americanos”, referindo-se ao presidente como um

“perverso e cruel demagogo, que não tem qualquer problema em denunciar os seus concidadãos ou em prender os seus opositores políticos.”

Carlson abordou o episódio em que o procurador especial Robert Hur recusou apresentar queixa contra o presidente, depois de ter concluído que Biden era demasiado senil para ser condenado por um júri.

“De facto, não foi um discurso. Foi um desabafo de um velho caquético que não se lembra quando é que o seu filho morreu ou quando é que foi vice-presidente”.

 

No seu monólogo ao vivo na noite de quinta-feira, Carlson também afirmou que Biden é incapaz de ganhar uma eleição justa e que as probabilidades de fraude eleitoral são grandes.

“Sabemos que eles vão roubar as eleições porque agora estão a dizê-lo em voz alta”.

De forma a suportar a sua afirmação, Carlson transmitiu imagens do Procurador-Geral Merrick Garland a declarar guerra às leis de identificação dos eleitores.

“O principal responsável pela aplicação da lei do governo dos Estados Unidos está a dizer-vos que é de facto imoral, racista e ilegal pedir às pessoas os seus documentos de identificação quando votam. De alguma forma, os negros não têm bilhetes de identidade emitidos pelo Estado. De alguma forma, eles vivem num país onde não se pode fazer praticamente nada sem provar a identidade com um documento emitido pelo governo. Não podem viajar de avião, não podem ter contas bancárias. Não podem ter qualquer interacção com o governo, estatal, local ou federal. Não podem ficar em hotéis, não podem ter cartões de crédito, porque alguém sem um BI emitido pelo Estado não pode fazer nada disso. Mas podem votar.”

 

 

O jornalista independente tem a coragem de dizer estas coisas, que parecem anátemas até para os republicanos do Congresso, apesar de todas as evidências de que, para além dos conflitos que alimenta no Mar Negro e no Médio Oriente, o regime Biden está em guerra com o seu próprio país.

E Tucker está carregado de razão quando desconfia do processo eleitoral de Novembro. Os poderes instituídos em Washington vão fazer o possível e arriscar o impossível para impedir que Donald Trump volte a residir na Casa Branca.