A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou ontem, no seu palco preferido, a reunião anual do World Economic Forum, em Davos, que a “desinformação e a desinformação” são ameaças maiores para a comunidade empresarial mundial do que a guerra e as alterações climáticas.

Espectacular:

“Para a comunidade empresarial mundial, a principal preocupação para os próximos dois anos não são os conflitos nem as alterações climáticas. É a desinformação, seguida de perto pela polarização nas nossas sociedades”.

A solução, segundo von der Leyen, passa pela colaboração corporativa entre empresas e governos para acabar com a desinformação.

“Muitas das soluções residem não só no facto de os países trabalharem em conjunto, mas também, e sobretudo, no facto de as empresas e os governos, as empresas e as democracias trabalharem em conjunto. Enquanto os governos detêm muitas das alavancas para lidar com os grandes desafios do nosso tempo, as empresas têm a inovação, a tecnologia e os talentos para fornecer as soluções de que precisamos para combater ameaças como as alterações climáticas ou a desinformação à escala industrial”.

Um apelo aberto à intensificação da censura por parte das tecnológicas. Porque a censura é a solução para os problemas do mundo, de acordo com esta representante de Satanás.

Para ilustrar o seu ponto de vista, von der Leyen mencionou o ano eleitoral que se avizinha, claro, apelidando-o de “o maior ano eleitoral da história”, e avisou que os maus actores podem explorar a abertura das democracias para influenciar as eleições através da “desinformação”.

O Contra orgulha-se de ser um mau actor, no imaginário dantesco desta mulher-besta.

Von der Leyen é mais papista que o papa, literalmente, já que no último Relatório Global de Riscos do WEF, a “desinformação” foi classificada como o segundo maior risco para o mundo, depois das condições meteorológicas extremas. A polarização, a crise imobiliária, os ciberataques, a recessão económica, as perturbações na cadeia de abastecimento e até mesmo a guerra nuclear foram classificados abaixo da “desinformação” no relatório de risco do WEF.

É cristalino que por “desinformação” o WEF e a Comissão Europeia entendem qualquer tipo de desvio às suas narrativas, qualquer veículo de informação independente, qualquer vestígio de liberdade de expressão.

Os receios quanto à democratização da informação têm sido um tema recorrente nas conferências do WEF dos últimos anos, principalmente depois de 2016, ano em que Trump ganhou as eleições nos EUA e o Brexit triunfou no Reino Unido.

No relatório de riscos da mafiosa organização de Klaus Schwab podemos ainda ler:

“As capacidades disruptivas da informação manipulada estão a acelerar rapidamente, à medida que o acesso aberto a tecnologias cada vez mais sofisticadas prolifera e a confiança na informação e nas instituições se deteriora. Mesmo que a disseminação insidiosa de desinformação ameace a coesão das sociedades, existe o risco de alguns governos agirem muito lentamente, enfrentando um compromisso entre a prevenção da desinformação e a protecção da liberdade de expressão.”

É arrepiante, mas dificilmente encontramos na história apelos ao fascismo corporativo assim tão alarvemente explícitos.

Até Joseph Goebbels coraria de vergonha.