Numa recente visita a al-Arish, no norte do Sinai, o primeiro-ministro do Egipto, Mostafa Madbouly, declarou peremptoriamente que nenhum refugiado palestiniano será aceite no seu país, mesmo que isso implique a morte de milhões de pessoas.

Acompanhado por funcionários do governo e figuras públicas egípcias, Madbouly disse:

“Estamos preparados para sacrificar milhões de vidas para garantir que ninguém invada o nosso território”.

 

 

Esta declaração surge na sequência de relatórios que sugerem que o Ministério da Informação e Inteligência do governo israelita elaborou uma proposta, já em tempo de guerra, para transferir os 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza para a península egípcia do Sinai.

Os comentários de Madbouly sublinham o compromisso inabalável do Egipto com a sua integridade territorial e soberania. Enfatizando que as questões regionais não seriam resolvidas “às custas” do Egipto, Madbouly acrescentou:

“O Egipto nunca permitirá que nada lhe seja imposto”,

As suas observações servem como um aviso sério a quaisquer entidades que considerem a ideia de transferir a população palestina da Faixa de Gaza para o Sinai.

O plano israelita inclui a construção de cidades permanentes e a implementação de um corredor humanitário, de estruturação indefinida, no Sinai. Uma zona de segurança também seria estabelecida dentro de Israel para impedir a entrada dos palestinianos deslocados. O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, minimizou o relatório, descrevendo-o como um “documento conceptual” e um exercício hipotético.

Durante a sua visita ao Sinai, Madbouly também parou na passagem de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, onde afirmou que o Egipto está

“a colaborar a todos os níveis, começando pela liderança política do Presidente Abdel Fattah El-Sisi, até todas as agências estatais que estão a agir para resolver esta crise humanitária sem precedentes a que os habitantes inocentes da Faixa de Gaza estão hoje expostos”.

Madbouly reforçou também a afirmação do líder jordano, o rei Abdullah, de que nenhum refugiado palestiniano será aceite na Jordânia ou no Egipto:

“Em relação à questão dos refugiados que chegam à Jordânia, penso que posso falar com bastante veemência em nome dessa nação amiga do Egipto: É uma linha vermelha, porque penso que o plano do alguns dos suspeitos do costume é o de tentar criar questões de facto no terreno. Nenhum refugiado na Jordânia, nenhum refugiado no Egito”.

É agora mais que certo que os palestinianos que sobreviverem à ira israelita vão acabar nas praias do sul da Europa.