O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou ataques “poderosos” na Faixa de Gaza, segundo informou o gabinete do primeiro-ministro em comunicado na terça-feira, referindo:

“Após consultas sobre questões de segurança, o primeiro-ministro instruiu o comando militar para lançar imediatamente ataques poderosos na Faixa de Gaza.”

De acordo com o Canal 12 de Israel, o primeiro-ministro tomou a decisão durante uma reunião com as autoridades policiais, depois de radicais armados do movimento Hamas terem alegadamente violado o cessar-fogo ao realizarem alegados ataques contra o exército israelita na zona de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Além disso, o gabinete de Netanyahu informou ao início do dia de ontem que peritos forenses israelitas determinaram que um caixão entregue aos israelitas na noite de 27 de Outubro continha parte dos restos mortais de um refém, cujo corpo já tinha sido devolvido há quase dois anos.

Após a descoberta, Israel acusou o Hamas de violar os acordos sobre a transferência dos corpos e o cessar-fogo em Gaza, com o o gabinete do primeiro-ministro a afirmar:

“Esta é uma clara violação do acordo por parte da organização terrorista Hamas.”

Israel e o Hamas retomaram as negociações indirectas, mediadas por um colectivo internacional que integra o Egipto, o Qatar, os Estados Unidos e a Turquia, para resolver a situação na Faixa de Gaza a 6 de Outubro. A 9 de Outubro, as partes em conflito assinaram um acordo sobre a implementação da primeira fase do plano de cessar-fogo do presidente norte-americano, Donald Trump, em Gaza.

O cessar-fogo entrou em vigor a 10 de Outubro. A 13 de Outubro, o Hamas e outros grupos palestinianos libertaram todos os 20 reféns vivos e entregaram os corpos de quatro reféns mortos, de acordo com o acordo de cessar-fogo em Gaza.

O lado israelita manifestou ressentimento pelo facto de o Hamas ter devolvido apenas quatro dos 28 corpos de reféns falecidos. Posteriormente, o Hamas transferiu vários outros corpos para Israel. Segundo o lado israelita, os radicais continuam a manter os restos mortais de 13 reféns. E será esta a justificação para a violação do cessar-fogo, que já no dia 25 de Outubro tinha sido interrompido, com ataques aéreos israelitas a atingirem posições da organização terrorista em Gaza, matando 29 palestinianos, enquanto militantes do Hamas mataram dois soldados das FDI.

A 19 de Outubro, o Ministro da Segurança sionista assumiu que este período de tréguas será de curta duração, ao afirmar:

“Agora que recebemos os reféns, temos de voltar à guerra e abrir as portas do inferno sobre Gaza.”

Benjamin Netanyahu também assumiu um tom desafiador logo depois dos reféns israelitas terem sido entregues às autoridades de Telavive, fazendo aprovar no Knesset um quadro legal para a anexação da Cisjordânia, contra as intenções expressas da Casa Branca e no preciso momento em que J.D. Vance se encontrava de visita a israel. Quando confrontado com declarações de Donald Trump sobre o assunto, que disse que nunca permitiria que os sionistas tomassem esse território, o primeiro-ministro israelita afirmou que não precisava da aprovação de ninguém para fazer o que lhe desse na real gana, num claro desaforo dirigido a Washington.

O “plano de paz” de Trump parece ter poucas condições de sobrevivência. E é mais que nítido que os palestinianos serão responsabilizados por esse fracasso, aconteça o que acontecer.