Clientes com reservas marcadas no Britannia Hotel, uma unidade hoteleira de quatro estrelas, em Canary Wharf, Londres, viram a entrada inesperadamente negada a 22 de Julho, depois de o Ministério do Interior britânico ter reutilizado a propriedade para acolher requerentes de asilo. Os turistas foram filmados enquanto lhes era negado o acesso ao hotel e os seguranças permaneciam atrás de portas de vidro trancadas. Os principais sites de marcação de reservas suspenderam todas marcações para o luxuoso hotel de quatro estrelas localizado num dos bairros mais ricos de Londres. Vários funcionários também terão sido demitidos.

O Conselho de Tower Hamlets (equivalente a freguesia) reconheceu a situação, confirmando que a instalação está a ser utilizada para fornecer abrigo temporário a imigrantes. Um porta-voz declarou:

“Estamos cientes da decisão do governo de utilizar o Hotel Britannia em Canary Wharf para fornecer alojamento temporário aos requerentes de asilo. É importante que o governo garanta um pacote completo de apoio aos que ficam alojados no hotel. Estamos a trabalhar com o Ministério do Interior e parceiros para garantir que todas as medidas de segurança e salvaguarda necessárias estão em vigor”.

O local teve um aumento notável na segurança, incluindo polícias posicionados à entrada. Lee Anderson, membro do Parlamento pelo Reform UK de Nigel Farage, comentou a situação:

“Deve custar algumas centenas de libras por noite para lá ficar. A maioria das pessoas normais deste país não teria condições para vir e ficar aqui durante um fim de semana”.

 

 

A circunstância motivou protestos por parte de residentes que se agregaram junto ao hotel durante vários dias.

O Ministério do Interior rejeitou qualquer ligação entre a decisão em Canary Wharf e os recentes distúrbios em Epping, onde as tensões aumentaram em frente a outro hotel para requerentes de asilo. Os protestos ocorreram após a detenção de um migrante etíope sob múltiplas acusações de agressão sexual e levou a confrontos entre manifestantes anti-imigração – rotulados de “extrema-direita” pelo primeiro-ministro Sir Keir Starmer — e contra manifestantes pró-imigração (que Starmer não referiu nem classificou ideologicamente), o que levou ao envio da polícia de choque.

Ao falar sobre os protestos de Epping, o líder reformista Nigel Farage expressou o seu apoio aos residentes:

“Será que compreendo como as pessoas em Epping se sentem? Podem apostar que sim… Não subestimem a raiva e o desgosto latentes neste país, já que estamos a deixar entrar todas as semanas, na verdade, em alguns dias, centenas de jovens do sexo masculino sem documentos, muitos dos quais vêm de culturas nas quais as mulheres e as raparigas não chegam a ser tratadas sequer como cidadãs de segunda classe.”

Em resposta à crescente instabilidade social, o primeiro-ministro Starmer apelou a medidas imediatas, de carácter repressivo e censório, para evitar novos distúrbios. No entanto, os críticos argumentam que o governo trabalhista de esquerda não tem enfrentado os desafios da imigração de forma eficaz, apontando para níveis persistentes de entrada ilegal e elevadas taxas contínuas de imigração legal.