A Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), sob a liderança de Lee Zeldin, nomeado por Donald Trump, iniciou uma investigação sobre a actividade da Make Sunsets, uma startup acusada de poluir a atmosfera por meio de geoengenharia. A 14 de Abril de 2025, o Gabinete de Ar e Radiação da EPA emitiu uma carta aos fundadores da Make Sunsets, Luke Iseman e Andrew Song, exigindo informações no prazo de 30 dias para determinar se as actividades da empresa violam a Lei do Ar Limpo.

A Make Sunsets tem lançado dióxido de enxofre na estratosfera através de balões meteorológicos, com o alegado objectivo de reflectir a luz solar e arrefecer o planeta – vendendo estes voos de balão online sob a forma de “créditos de arrefecimento”. A administração Trump está a agir contra a startup devido ao seu potencial para degradar a qualidade do ar, juntamente com a falta de supervisão regulamentar.

A 15 de Abril, Zeldin explicou a situação, no X:

“Make Sunsets é uma startup que está a fazer geoengenharia injectando dióxido de enxofre no céu e depois vendendo ‘créditos de arrefecimento’. Esta empresa está a poluir o ar que respiramos. Dei instruções à minha equipa para chegarmos rapidamente ao fundo da questão”.

A carta da EPA, assinada por Abigale Tardif, Vice-Administrador Principal Adjunto do Gabinete do Ar e da Radiação, cita a Secção 114(a) do Clean Air Act, que dá poderes à agência para exigir informações a entidades suspeitas de terem impacto na qualidade do ar. A missiva alerta para potenciais acções de execução ao abrigo da Secção 113 da Lei, que inclui multas e sanções penais por incumprimento ou fornecimento de informações falsas.

Em nome da Make Sunsets, Luke Iseman argumentou anteriormente:

“É moralmente errado não estarmos a fazer isto”.

Mas será moralmente certo injectar a atmosfera com toneladas cúbicas de dióxido de enxofre? Em nome de que premissas científicas? E com que resultados a médio e longo prazo? A aprendizagem de feitiçaria é agora um imperativo ético?

A empresa já foi proibida no México, após libertações não autorizadas de dióxido de enxofre na Baja California em 2022. A ocorrência levou o governo mexicano a proibir totalmente quaisquer experiências de geoengenharia solar em 2023.

A Make Sunsets conduziu depois lançamentos no Nevada, que também atraíram escrutínio por não ter reportado a sua nefasta actividade à Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), apesar dos requisitos da lei dos EUA. Os críticos, incluindo ambientalistas e cientistas, há muito que alertam para o facto de estes esforços de geoengenharia carecerem de apoio científico suficiente e de governação internacional, apresentando riscos imprevisíveis para o ambiente e para a saúde pública.

A investigação sobre a Make Sunsets poderá criar um precedente significativo para a regulamentação da geoengenharia nos EUA, um domínio que continua em grande parte sem regulamentação, tanto na América como no resto do mundo.