Donald J. Trump parece estar a consumir o mesmo género de psicotrópicos utilizados por Zelensky e as elites europeias. Se não vejamos.

Na quinta-feira-passada, em mais uma sessão de tagarelice com a imprensa afirmou:

“Somos muito poderosos. Este país é muito poderoso. É bastante mais poderoso do que as pessoas compreendem. Temos armamento que ninguém faz ideia do que é e são as armas mais poderosas do mundo.”

 

 

A fanfarronice  do inquilino da Casa Branca é estonteante.

Se os EUA têm as tais armas de ficção científica de que ele fala, fica por saber por que raio é que não conseguem ganhar uma guerra desde que Bush pai correu com Sadam do Kuwait. E já que são os contribuintes americanos que as pagam, talvez fosse desejável que soubessem, se não especificamente, por alto, que espécie de tecnologias são essas e se concordam com a sua utilização para fins militares, e se não seriam melhor aplicadas em favor da prosperidade da federação e do seu povo.

Inadvertidamente, o magnata de Queens só está a reforçar as teorias da conspiração que afirmam que o complexo militar e industrial americano esconde estranhas e sinistras tecnologias do conhecimento público, tecnologias essas cuja origem é também motivo de inquérito, já que não credível que de repente e sem ligação a academias e ao conhecimento científico estabelecido surjam avanços técnicos assim prodigiosos e disruptivos.

Por outro lado, se os EUA não têm esses super poderes (hipótese mais provável), o errático Presidente só está a banalizar a sua tendência para o bluff, e a intensificar um discurso belicista que quase dá saudades de… Joe Biden.

Portanto, a mesma potência militar que foi humilhada sucessivamente na Somália e na Líbia e no Afeganistão, por milícias improvisadas cujo orçamento não chega para pagar as despesas mensais dos serviços de limpeza da Casa Branca; a mesma nação que se enfiou numa guerra por procuração com a Rússia, só para perceber que não podia vencê-la, tem muito, mas mesmo muito mais poder do que podemos imaginar.

De tal forma que até pode tele-transportar soldados de um lado para o outro do planeta em menos de uma hora. É espectacular.

 

 

Uma coisa é certa: Trump fala demais, para quem nem sequer consegue incomodar grandemente uma tribo perdida no sul da Península Arábica.

 

 

E se a superioridade militar e tecnológica dos EUA em relação aos seus rivais é assim tão flagrante, o trilião de dólares que Donald Trump quer desperdiçar no Pentágono, uma entidade que se tem mostrado impossível até de auditar, serão mesmo necessários?

Em vez de proclamar fantasias, talvez fosse melhor que o Presidente norte-americano se preocupasse com questões concretas e prosaicas como esta aqui:

 

 

Mas isso é capaz de ser uma solicitação irrealista, porque o oxigénio que se respira na Casa Branca deve ter uma composição quântica diferente, que eleva os seus residentes para um estado neuro-psíquico de alienação total.

Só pode.

 

 

Paulo Hasse Paixão
Publisher . ContraCultura