Indícios encerrados nas amostras do asteroide Bennu, com 4 biliões de anos, revelam formações moleculares que, segundo alguns cientistas, sustentam o funcionamento da consciência.
De seis em seis anos, o asteroide Bennu passa pelas imediações Terra. Bennu é uma pequena bola de rochas negras, pouco compactada, que se formou há cerca de 4,6 biliões de anos. Recentemente, os cientistas conseguiram um feito sem precedentes, enviando uma sonda até ao asteroide e de volta à Terra com o objectivo de recolher 121,6 gramas de material de Bennu para estudo num laboratório da Universidade do Estado do Arizona. A NASA encarregou a equipa da OSIRIS-REx, que recolheu o material de Bennu, de o examinar em busca de pistas sobre a natureza e as origens da vida.
Indícios nessas amostras sugerem que o asteroide contém constituintes da “sopa primordial” que os cientistas acreditam ter levado ao aparecimento da vida na Terra. Mas isso não é tudo. Também pode conter moléculas específicas que terão formado estruturas cristalinas que alguns cientistas acreditam serem a chave para a consciência. Estas formações podem ter estado presentes entre as moléculas orgânicas durante milhões de anos antes da existência dos genes, permitindo as primeiras formas de tomada de decisões e auto-organização da vida.
O Dr. Stuart Hameroff, um antigo anestesista e um dos maiores especialistas mundiais em consciência, foi contactado pelo director da equipa Bennu, Dante Lauretta, antes de terem recebido as amostras. Ambos trabalham na Universidade do Estado do Arizona. Lauretta estava a pensar como se poderiam encontrar sinais de vida no material que estavam prestes a receber e encontrou um artigo intrigante do Dr. Hameroff sobre a natureza da consciência e as moléculas de carbono.
A teoria prevalecente sobre a consciência é que os humanos a produzem no cérebro – e que o processo se resume a uma espécie elaborada de computação. No entanto, o Dr. Hameroff e o seu colaborador, o físico e Prémio Nobel Roger Penrose, defendem há décadas que a consciência criou o mundo e não o contrário. Acreditam que não é fabricada no cérebro, mas apenas aí processada, através de uma função do campo quântico que varre o universo e interage com minúsculos tubos de proteínas. Estes microtúbulos formam o citoesqueleto das células vivas e são especialmente abundantes nas células cerebrais.
Hameroff, Penrose e seu colaborador, o físico e oncologista Jack Tuszyński, demonstraram em 2023 que a actividade quântica no cérebro poderia ocorrer nesses microtúbulos. De acordo com esta ideia, conhecida como teoria da Redução Objetiva Orquestrada ou Orch-Or, os momentos conscientes ocorrem quase constantemente à medida que a função de onda quântica entra em colapso, criando momentos de consciência. Hameroff chama a esta função de onda quântica proto-consciência ou consciência do “estado de sonho”.
O seu outro colaborador, o especialista em mecânica quântica Anirban Bandyopadhyay, chama-lhe a ‘música do universo’. A consciência no universo pode ser comparada a uma tigela de canto tibetana. Quando se passa o malho à volta do bordo da taça, o som aumenta à medida que a vibração ressoa na taça. Quanto mais tempo passarmos o malho à volta da taça, mais alta fica a música, à medida que a ressonância aumenta. Quando a consciência universal, ou a música do universo, atinge as câmaras de consciência dos microtúbulos, a ressonância cresce como acontece com o malho e a taça.
E é aqui que entra o Bennu.
O asteroide é constituído por carbonos – as moléculas que formam a base de toda a vida. Os investigadores descobriram que as amostras incluem 14 dos 20 aminoácidos que a vida na Terra utiliza para produzir proteínas. Os pedaços de rocha também contêm as cinco nucleobases utilizadas para armazenar e transmitir instruções genéticas em biomoléculas mais complexas, como o ADN e o ARN. Além disso, a equipa encontrou sais, prova de que um objecto espacial maior de que o Bennu se separou dele pode ter contido uma sopa primordial semelhante à da Terra, há 4 biliões de anos. Todos estes sinais apontam para que Bennu seja um repositório dos precursores da vida.
Mas e quanto a sinais de consciência?
Bennu também pode conter as estruturas que permitem o tipo de ressonância quântica que Hameroff acredita ser necessária para a consciência. Trata-se de moléculas orgânicas em anel cujas partículas extra formam nuvens de electrões que trocam fotões, como na fluorescência. Os anéis orgânicos são componentes-chave das biomoléculas e, se um grupo deles agegar uma formação cristalina específica e periódica – como uma matriz – Hameroff diz que se tornam osciladores quânticos capazes de suportar a consciência.
No cérebro humano, são estes osciladores quânticos nos nossos microtúbulos que nos dão as nossas experiências conscientes. Os neurónios são incrivelmente complexos. Cada célula neuronal é composta por biliões de microtúbulos que oscilam, ou passam electrões para trás e para a frente, à velocidade espantosa de 1015 vezes por segundo.
Os estudos convencionais sobre o cérebro apenas analisaram a actividade cerebral numa gama estreita – frequências de cerca de 40 hertz, ou ciclos por segundo, no intervalo de tempo de milissegundos. Mas Anirban Bandyopadhyay e a sua equipa do Instituto Nacional de Ciências Materiais do Japão descobriram que existem, de facto, três bandas de frequências que conduzem electricidade ao nível dos neurónios; três bandas de frequências mais elevadas ao nível dos microtúbulos; e três bandas de frequências ainda mais elevadas ao nível da tubulina – o material de que são feitos os microtúbulos. Dentro de cada frequência operam outras três bandas de frequências: um tripleto de tripletos. A equipa de Bandyopadhyay concluiu que a maioria das explosões cognitivas, perceptivas e emocionais ocorre por volta dos 200-700 nanossegundos.
A equipa de Bandyopadhyay concluiu que estas explosões cognitivas, perceptivas e emocionais também se encontram no ADN, no ARN e noutras moléculas, e Hameroff afirmou que espera encontrar provas deste padrão no material do Bennu.
O material do asteroide, claro, não é tão complexo como um neurónio. No entanto, Hameroff postula que, enquanto os primeiros qualia – experiências conscientes – teriam sido aleatórios, os organismos que experimentaram uma centelha de consciência teriam procurado mais. Teriam feito experiências e organizar-se-iam de forma a maximizar a probabilidade de criar outra experiência semelhante. Afinal de contas, até os organismos unicelulares têm comportamentos complexos. Hameroff pensa que estas moléculas de anéis poliaromáticos podem ter-se organizado para aumentar as oportunidades de experiências quânticas conscientes.
Lauretta diz que as moléculas de anéis poliaromáticos estão por todo o lado no espaço, incluindo na poeira interestelar e, nesse sentido, Hameroff afirmou:
“Estas são as mesmas moléculas que são a base da química orgânica e da vida. Por isso, apercebemo-nos que as oscilações quânticas cooperativas entre os poliaromáticos poderiam ser sinais de vida que poderíamos testar nas amostras de Bennu”.
Entretanto, Hameroff está também a trabalhar para demonstrar que a anestesia funciona para bloquear a consciência, interrompendo os sinais eléctricos entre as moléculas dos microtúbulos. Se a hipótese for verdadeira, o cientista da universidade do Arizona acredita que
“podemos reivindicar alguma justificação para a consciência estar presente e ser causal nas origens da vida”.
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