Raphael Glucksmann, membro do partido de esquerda francês Place Publique, apelou aos Estados Unidos para que devolvam a Estátua da Liberdade, durante um discurso no domingo passado.
O pedido foi feito na sequência das suas críticas à abordagem dos Estados Unidos relativamente ao actual conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
Glucksmann, um firme apoiante da Ucrânia, abordou a questão durante uma convenção do partido. O deputado afirmou que os Estados Unidos se afastaram dos valores simbolizados pela estátua, oferecida pela França em 1884 para celebrar as relações franco-americanas.
No seu discurso, Glucksmann criticou as políticas domésticas e internacionais de Donald Trump, que incluem a retirada do Acordo de Paris sobre o Clima, decretada por ordem executiva do Presidente norte-americano pouco depois de assumir o cargo em Janeiro. Glucksmann destacou a aliança de Trump com o empresário Elon Musk, que acusou de reduzir os compromissos com a saúde e a investigação climática, acrescentando como só um francês pode fazer:
“Demos-lhe a estátua como um presente, mas aparentemente desprezou-o. Por isso, estará melhor aqui em casa.”
Inaugurada a 28 de outubro de 1886, a Estátua da Liberdade foi um presente da França aos Estados Unidos, simbolizando a amizade duradoura entre as duas nações e os seus valores comuns de liberdade e democracia.
A liberdade e a democracia têm sofrido abusos e recuos sucessivos nas últimas décadas, tanto nos EUA como em França, mas a estátua tem-se mantido direitinha.
Concebida pelo escultor Frédéric Auguste Bartholdi, com a assistência de engenharia de Gustave Eiffel, o monumento ergue-se a mais de 90 metros de altura na Liberty Island, no porto de Nova Iorque.
Ao longo dos anos, foi submetida a várias restaurações, nomeadamente de 1984 a 1986, para resolver problemas estruturais e preservar o seu aspecto icónico, mas é hoje mais um testemunho irónico do que icónico, na verdade, e talvez um dos símbolos mais gritantes da divisão e da decadência do Ocidente.
A secretária de imprensa da Casa Branca já reagiu às declarações de Glucksmann, afirmando que os americanos não têm intenção de devolver o monumento. Mas o Contra tem uma opinião divergente sobre esta matéria.
Seria muito mais divertido que a Casa Branca estendesse um convite aos franceses para irem a Nova Iorque desmontar a Lady Liberty e levá-la para Paris, perante a plateia global.
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