Na quinta-feira, em plena Sala Oval e perante a imprensa, o vice-presidente J.D. Vance chamou a atenção do primeiro-ministro Sir Keir Starmer para as “infracções à liberdade de expressão” no Reino Unido:
“Sabemos que houve violações da liberdade de expressão que afectam não só os britânicos – claro, o que os britânicos fazem no seu próprio país é com eles – mas também afectam as empresas de tecnologia americanas e, por extensão, os cidadãos americanos, por isso é algo de que falaremos hoje ao almoço.”
Starmer respondeu com uma mentira do tamanho da sua desvergonha:
“A liberdade de expressão existe há muito, muito tempo no Reino Unido e vai continuar a existir durante muito, muito tempo. É claro que não queremos atingir os cidadãos americanos, e isso é absolutamente correcto”.
A Grã-Bretanha não tem, de facto, liberdade de expressão, com cidadãos britânicos a serem regularmente detidos, acusados e presos por vários crimes de expressão e delitos de opinião. Estes incluem mensagens “ofensivas” em autocolantes, a partilha de memes, o envio de mensagens “grosseiramente ofensivas”, a simples partilha de “uma publicação nas redes sociais com informações inexactas” ou a publicação de mensagens “anti-sistema”.
Recentemente, um tribunal proferiu a primeira condenação por um ‘crime do pensamento’ na história britânica moderna. Adam Smith-Connor foi processado e condenado a uma pena suspensa de dois anos por rezar silenciosamente, durante 3 minutos, nas imediações de uma clínica de aborto.
O anterior Governo do Partido Conservador do país rejeitou explicitamente uma petição para uma Lei da Liberdade de Expressão que abolisse as leis do “discurso de ódio” e concedesse aos cidadãos britânicos protecções do tipo da Primeira Emenda, alegando que
“o Governo está empenhado em defender a liberdade de expressão mas esta liberdade não pode ser uma desculpa para causar danos ou espalhar o ódio”.
Na ausência de uma constituição formal, o direito teórico dos britânicos à liberdade de expressão baseia-se na Convenção Europeia dos Direitos do Homem. O artigo 10.º da Convenção confere um direito teórico à “liberdade de expressão”, mas refere que este direito pode ser restringido
“no interesse da segurança nacional, da integridade territorial ou da segurança pública, para a prevenção da desordem ou da criminalidade, para a protecção da saúde ou da moral, para a proteção da reputação ou dos direitos de outrem, para impedir a divulgação de informações recebidas confidencialmente ou para manter a autoridade e a imparcialidade do poder judicial”.
Contrariamente à afirmação de Starmer de que as restrições britânicas ao discurso não se estendem aos cidadãos americanos, o Director do Ministério Público de Inglaterra, Stephen Parkinson, ameaçou tentar extraditar cidadãos estrangeiros por crimes de discurso online em 2024.
Keir Starmer trying to claim we have free speech in the UK after locking people up for tweets.
He looks like a clown sitting there with the likes of Donald Trump and JD Vance, telling straight lies. pic.twitter.com/I7TWUTpjg9
— Hazel Appleyard (@HazelAppleyard_) February 27, 2025
Donald Trump também aproveitou para gozar o prato.
Antes de JD Vance ter entrado na conversa, Donald Trump já tinha espetado uma bofetada mediática no tirano britânico. Quando Starmer estava embrenhado numa salada de palavras em que tentava vender a ideia aos jornalistas presentes que os Estados Unidos apoiariam invariável e incondicionalmente o Reino Unido, no muitíssimo improvável caso em que os britânicos fossem agredidos pela Rússia, Trump interrompeu-o para lhe perguntar:
“Conseguem enfrentar a Rússia sozinhos?”
O primeiro-ministro não fez mais que gaguejar, por entre a gargalhada geral.
JUST IN:
🇺🇲🇬🇧Trump humiliated UK Prime minister Starmer:
“Could you take on Russia by yourselves?”
Everybody in the room started laughing… pic.twitter.com/yN1KOFrSB8
— Megatron (@Megatron_ron) February 27, 2025
Depois de Emmanuel Macron ter deixado a Casa Branca com o rabo entre as pernas e uma mão cheia de nada, foi a vez de Keir Starmer ver as suas aspirações belicistas reduzidas a coisa nenhuma. Zelensky viria a seguir e foi o desastre que se viu.
Relacionados
17 Nov 25
Tucker Carlson apresenta os recibos: FBI de Donald Trump mente descaramente sobre a tentativa de assassinato de… Donald Trump.
É por demais intrigante que o regime Trump esteja a desenvolver uma operação de encobrimento sobre as circunstâncias da tentativa de assassinato de... Trump. E Tucker Carlson mostrou este fim de semana até que ponto ridículo chega o embuste.
14 Nov 25
E-mails divulgados pelos democratas do Congresso implicam Trump nas actividades de Epstein: “Vítima passou horas em minha casa com ele”
E-mails recentemente divulgados de Jeffrey Epstein sugerem que o ex-presidente Donald Trump pode ter estado mais envolvido no círculo próximo do infame pedófilo do que alguma vez admitiu publicamente.
13 Nov 25
Trump considera isentar a Hungria das sanções energéticas russas.
Viktor Orbán foi a Washington tentar explicar a Donald Trump que a Hungria não tem opções de importação de energia para além da Rússia. A ver vamos se o presidente americano mostra algum bom senso para com um dos seus mais leais aliados políticos na Europa.
12 Nov 25
Polícia do Capitólio colocou explosivos perto das sedes Democrata e Republicana em Washington, na véspera do 6 de Janeiro. Meses depois, foi trabalhar para a CIA.
Numa das mais escandalosas operações de falsa bandeira de que há memória nos EUA, o suspeito da tentativa de atentado bombista na véspera de 6 de Janeiro de 2021, que o FBI nunca quis identificar, é Shauni Kerkhoff, uma polícia do Capitólio que depois foi trabalhar para a CIA.
12 Nov 25
Documento da Open Society Foundations, de George Soros, sugere que “o eleitorado ceda parte da sua soberania à elite política”.
Um documento financiado por Soros, da autoria de Sonja Licht, sugere que a melhor forma de resolver a desconfiança pública na democracia liberal é através de uma “elite responsável e corajosa” que anule a soberania popular expressa pelo voto.
11 Nov 25
Democratas cedem e Senado avança com acordo para terminar paralisação do governo federal americano.
Como era previsível, os democratas não suportaram a pressão de manter a máquina federal norte-americana paralisada durante muito tempo e o Senado votou na segunda-feira um acordo bipartidário que vai manter o financiamento da administração pública até 30 de Janeiro de 2026.






