Um dos mistérios mais antigos da história – a verdadeira identidade do mítico assassino em série do século XIX “Jack, o Estripador” – pode ter sido finalmente resolvido quase 140 anos depois.
O historiador e autor inglês Russell Edwards encontrou ADN num xaile recuperado do local de um dos assassinatos e testou-o, revelando que o carniceiro que aterrorizou o East End da Londres vitoriana no final do século XIX era um imigrante polaco de 23 anos chamado Aaron Kosminski – que morreu numa instituição mental em 1919.
Edwards afirmou sobre a sua descoberta:
“Quando fizemos corresponder o ADN do sangue no xaile a uma descendente directa da vítima, foi o momento singular mais espantoso da minha vida na altura. Testámos o sémen deixado no xaile. Fiquei estupefacto por termos descoberto quem era realmente Jack, o Estripador.”
Jack, o Estripador, aterrorizou as ruas de Londres em 1888 e é responsável pela violação brutal e assassínio de pelo menos cinco mulheres, embora os historiadores suspeitem que o número de mortos tenha sido maior. As cinco mulheres foram assassinadas entre Agosto e Novembro de 1888, e três delas sofreram a remoção dos seus órgãos internos.
As vítimas, prostitutas de profissão, eram Mary Nichols, 43 anos, Annie Chapman, 47 anos, Elizabeth Stride, 44 anos, Catherine Eddowes, 46 anos, e Mary Jane Kelly, 25 anos.
Depois de saber que o xaile tinha sido encontrado no local do horrível assassínio de Eddowes, Edwards comprou-o em 2007.
“Foi uma viagem de descoberta, com muitas voltas e reviravoltas. A aventura foi emocionante do princípio ao fim e eu tive a sorte de a viver.”
Os familiares das cinco vítimas conhecidas pressionaram a Scotland Yard a dar uma nova vista de olhos a este caso arquivado há 137 anos. Edwars sublinhou:
“Temos as provas, agora precisamos deste inquérito para nomear legalmente o assassino. Significaria muito para mim, para a minha família e para muitas pessoas ter finalmente este crime resolvido”.
Kosminski mudou-se para Inglaterra em criança e trabalhou como barbeiro em Whitechapel. Começou a apresentar sintomas de doença mental em 1885, tendo sido internado em vários manicómios. Antes de morrer, aos 53 anos de idade, relatou ter alucinações auditivas. De acordo com Edwards, ele temia outras pessoas, recusava-se a comer e não tomava banho.
A tese do historiador inglês contraria uma outra, recente, de Sarah Bax Horton, que propôs Hyam Hyams, um fabricante de charutos epiléptico que caiu no alcoolismo e na insanidade, como o infame assassino de Whitechapel.
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