Os esforços do Presidente Donald J. Trump para recalibrar a relação unilateral dos Estados Unidos com a NATO enfrentam obstáculos devido aos esforços do Senador Marco Rubio (R-FL) para tornar a política externa dos EUA “à prova de Trump”.

O neoconservador da Flórida trabalhou com o Senador Tim Kaine (D-VA), parceiro de candidatura de Hillary Clinton em 2016, para aprovar legislação que impede o Presidente dos EUA de sair da NATO sem uma maioria de dois terços de votos no Senado ou uma lei de autorização do Congresso.

Rubio, nomeado de forma controversa como Secretário de Estado apesar do seu historial anti-Trump, foi co-autor da lei com Kaine para dificultar quaisquer movimentos de uma administração Trump no sentido de abandonar a NATO, uma aliança militar que exige que os membros travem guerras defensivas em nome uns dos outros, mas que depende esmagadoramente das forças e do financiamento dos EUA.

Durante o seu primeiro mandato Trump perturbou o status quo da NATO,  ameaçando reter a protecção dos EUA se os restantes estados membros não começassem a pagar a sua justa parte das despesas militares, em vez de confiarem nos contribuintes americanos – que gozam de menos benefícios sociais do que os seus homólogos canadianos e europeus – para suportar o fardo.

O Vice-Presidente eleito, J.D. Vance, também sublinhou recentemente que a protecção dos EUA deve ser acompanhada de “condições”, avisando os membros europeus da NATO de que perderão o apoio americano se aprovarem regulamentos contra a liberdade de expressão que visem as empresas de redes sociais dos EUA, por exemplo.

No entanto, a legislação de Rubio tornará muito mais difícil para Trump usar a NATO como moeda de troca nas negociações com as nações europeias, dando-lhes a sensação de que podem ignorar com segurança quaisquer ameaças da administração de se retirar da aliança – por muito que abusem da generosidade dos EUA ou da vontade de guerrear a Rússia, por exemplo – porque os democratas e os falcões de guerra republicanos irão bloquear as iniciativas da Casa Branca.

O senador da Florida tem antecedentes em termos de minar Trump na política externa. Em 2016, afirmou que não se podiam confiar os códigos nucleares ao candidato republicano e também deu cobertura à investigação fraudulenta do Russiagate de Robert Mueller sobre as ligações inexistentes entre Trump e o Kremlin.