Cada vez estou mais convencido que esta história dos drones/ovnis, que continua actual e visível nos céus do planeta, por muito que a queiram diluir, é mais estranha, é mais profunda, é mais enigmática do que qualquer narrativa convencional que se lhe atribua, mesmo incluindo na categoria convencional uma psyop ou uma ‘invasão de alienígenas’.
Há aqui muitos factos misturados que não fazem sentido se os quisermos cristalizar num todo coerente. Eis um apanhado dessas variáveis.
Contexto político, social e mediático.
– O fenómeno surge num momento político específico e intenso, a semanas de Trump tomar posse como Presidente dos EUA e num momento em que a hipótese de um conflito termo-nuclear ganha probabilidades inauditas, mesmo considerando o período da Guerra Fria.
– O aumento dos avistamentos que começou no princípio de Dezembro não surge do nada. É o culminar de um processo de revelação a conta gotas iniciado pelo Pentágono, com a publicação do famoso artigo no New York Times sobre o fenómeno em 2017, ano em que Trump tomou posse do seu primeiro mandato. A partir daí, a imprensa corporativa tem vindo a normalizar o assunto, e o Congresso americano abriu as suas portas para audiências e inquéritos sucessivos, sendo talvez o mais simbólico aquele em que David Grusch, um veterano da Força Aérea e da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial, disse aos congressistas, sob juramento, que o governo dos EUA guarda naves de origem não humana que tem recuperado desde 1930.
– Convém sublinhar que é precisamente desde 2016/2017 que o mundo ocidental tem conhecido uma polarização social e política mais acentuada, com a explosão de movimentos radicais ligados à teoria crítica da raça, à ideologia de género e ao apocalipse climático. É também desde esse momento que as elites globalistas saíram do armário, publicitando abertamente e implementando de forma agressiva a sua agenda claramente satânica, que ganhou especial incidência durante o surto Covid-19, um evento cisne negro que é deveras relevante neste contexto.
– A possibilidade de tecnologia avançada, secreta, de origem alienígena ou não, que desafia as leis da física, estar a ser desenvolvida pelos EUA e pela China tem feito boa parte do discurso sobre os presentes avistamentos, contribuindo para alimentar tensões internacionais que são já de si significativas.
– O fenómeno surge também num momento em que a confiança nos actores políticos, na imprensa e na ciência regista níveis historicamente baixos e em que o jornalismo cidadão, bem como a investigação amadora, alcançam audiências recordistas. Estes factos contribuem para a um aumento do ruído num contexto de sobredose informacional.
– Confirmando as suspeitas de que as ditas ‘autoridades’ não podem ser creditadas, o governo federal americano, as agências de segurança e inteligência da federação e o Pentágono insistem num autismo negacionista, difícil de compreender à luz dos factos e numa linha de aparente negligência que é excessivamente abstrusa para ser plausível. É mais que nítido que estão a esconder informação fundamental do público.
Tecnologia e materialidade.
– Os objectos são excessivamente diversos e polifórmicos para serem interpretados como oriundos de uma entidade única, seja ela a China, a Rússia, o Irão (risos), o Pentágono, a CIA ou uma organização secreta e renegada qualquer (mais risos). Entre orbes de plasma, orbes sólidas, discos voadores, ‘tic-tacs’ cilíndricos de grandes e pequenas dimensões, drones que mudam de forma e drones convencionais, podemos encontrar uma multitude de soluções tecnológicas e configurações morfológicas que são excessivamente prolixas para serem atribuídas a um agente apenas. Isto partindo do princípio que se trata de uma manifestação física e não metafísica (questão importante, na minha opinião, mas já lá vamos).
– Muitas vezes, os objectos assumem formas e luminosidades que parecem confundir-se com a aviação convencional (aviões, helicópteros, drones, etc.), só para se transformarem depois em moles indistintas.
Detecção, monitorização e inviolabilidade.
– Os objectos iludem e evitam a detecção mais rigorosa e, apesar de surgirem em quantidade surrealista, não colidem uns com os outros (ou com veículos da aviónica convencional), não avariam, não caem no solo, não são vulneráveis a projécteis, nem há relatos de que um só tenha sido capturado.
– Os objectos são frequentemente observados a serem perseguidos e monitorados por aviões e helicópteros militares, mas não há qualquer registo credível de actividade hostil entre uns e outros.
– A intensificação dos avistamentos acontece numa altura em que as tecnologias de IA e renderização digital da imagem inundam a comunicação humana, o que cria um paradoxo que é quase divertido: se as imagens dos objectos têm muito baixa resolução, não têm credibilidade porque são deficitárias em nitidez e podem ser atribuídas a fenómenos naturais ou artefactos da engenharia humana. Se têm alta resolução e definição espectacular não têm credibilidade na mesma, porque rapidamente são indexadas às capacidades de representação ficcional das tecnologias de manipulação digital.
Alcance e efeitos colaterais.
– Testemunhas têm relatado e documentado aparentes interacções com os objectos, como se estes tivessem ‘consciência’ de que estão a ser observados.
– Há relatos de que a presença dos objectos leva a perturbações nas frequências de rádio, anomalias electrónicas e impedimento operacional de drones convencionais.
– O fenómeno transcende a realidade norte-americana. Todos os dias estão a ser reportados milhares de avistamentos pelo planeta inteiro, incluindo cus do mundo como Portugal. Este facto é importante no sentido em que desmonta várias narrativas: a de que se trata de uma operação secreta para detectar materiais redioactivos ou armas nucleares na costa oriental americana, por exemplo. Mas também a narrativa risível de que os iranianos têm uma “nave mãe” ao largo de Nova Jersey que está a despejar drones no território americano. Ou ainda a recorrente teoria de que russos e chineses estão a testar as defesas aéreas dos EUA.
– Nas últimas duas semanas, relatos de um nevoeiro tóxico, constituído por estranhas partículas de composição ainda não identificada, têm também surgido por todo o território americano e não só. Há relatos de pessoas a ficarem doentes depois de respirarem este pó. Estes relatos somam-se a outros fenómenos aparentemente colaterais como perturbações nas redes eléctricas e alterações nos padrões migratórios das aves.
Dadas todas estas componentes, a síntese do fenómeno é um exercício difícil e, assim, de impossível solução objectiva ou identificação clara, nesta altura. São excessivas as variáveis em jogo. São confusas e contraditórias as possibilidades. Umas anulam as outras, num intrincado labirinto de antíteses e suspeitas.
Mas eu gosto de especular e especulo: dá-me a impressão que estamos perante um processo de natureza metafísica. Ou seja, o que vemos nos céus não é uma manifestação material de objectos, corpos, volumetrias tangíveis que se enquadrem nas leis da física estabelecida, mas sim um evento transcendente que poderá estar ligado a uma consciência emergente do mistério da vida e do universo.
Podemos estar a testemunhar um momento de mudança de paradigma, em que o nosso entendimento do cosmos e da existência salte para um patamar completamente diferente. Este pressuposto teria implicações profundas na ciência, na filosofia e na religião, com um impacto brutal até nos modelos civilizacionais que têm sido propostos à humanidade.
Como se chegados a um momento de crise da ontologia, nos fosse apontado um caminho novo, que há que estudar e explorar. Uma verdade imaterial que devemos perseguir.
Até porque há um detalhe importante que convém salvaguardar: ninguém nos garante que aquilo que estamos a ver seja fiel à realidade intrínseca do que é visto. A percepção humana tem amplas limitações não só no espectro sensorial mas também no espectro cultural. Vemos o que podemos ver e o que estamos condicionados mentalmente a interpretar.
Esta hipótese justificaria a diversidade morfológica e fenomenológica dos avistamentos, o seu alcance global, o secretismo dos poderes instituídos, o seu enquadramento histórico e político e a sua aparente intangibilidade.
Sim, bem sei, estico a corda. Mas, sinceramente, não me lembro de um momento na minha vida em que puxar pelo fio da imaginação fosse um recurso tão adequado.
E aqui entre nós: não sentes como eu, amigo leitor, que há qualquer coisa de realmente importante que está prestes a acontecer?
Paulo Hasse Paixão
Publisher . ContraCultura
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