A jogadora transexual de voleibol feminino da Universidade Estadual de San Jose, Blaire Fleming, participou no torneio da Conferência Mountain West na sequência de uma decisão do tribunal federal. A decisão foi tomada pelo juiz Kato Crews, do Colorado, nomeado pelo Presidente Joe Biden, que recusou um pedido de providência cautelar numa acção judicial que envolvia várias jogadoras de voleibol universitário contra a Conferência Mountain West.
Os queixosos, que representavam várias escolas da conferência, pediram um adiamento urgente, invocando violações da Primeira Emenda e do Título IX. Pretendiam também anular as desistências, alterar a classificação e retirar Fleming do torneio. No entanto, Crews considerou o pedido “não razoável”, observando que poderia levar à confusão e perturbar os planos das equipas participantes, incluindo a San Jose State.
Ou seja: em nome de questões procedimentais, o valor fundamental da justiça (e da decência) no desporto foi completamente descartado.
Em apoio a Fleming, a San Jose State afirmou num comunicado que todos os seus estudantes-atletas são elegíveis de acordo com os regulamentos da NCAA e da conferência.
“A Universidade Estadual de San José continuará a apoiar os seus estudantes-atletas e a rejeitar todas as formas de discriminação. Todos os estudantes-atletas da Universidade Estatal de San José são elegíveis para participar nos seus desportos de acordo com as regras da NCAA e da Conferência Mountain West. Estamos satisfeitos pelo facto de o Tribunal ter rejeitado uma tentativa de última hora de alterar essas regras. A nossa equipa está ansiosa por competir no torneio de voleibol da Mountain West esta semana”.
Apesar de ter perdido sete jogos devido a lesões, Fleming tem sido um jogador ofensivo formidável. Ele ocupa o terceiro lugar na conferência em média de pontos por serviço, contribuindo para a terceira melhor percentagem de acerto dos Spartans. Não admira: Fleming é um homem biológico a competir com mulheres biológicas. No voleibol de alta competição os homens aplicam na bola uma velocidade 30% maior que as mulheres, e atingem uma altura na rede 50% superior. É por isso que a rede no voleibol feminino é 12 cms mais baixa que a rede no voleibol masculino.
O resultado, como podemos ver no vídeo em baixo, é que a equipa de San Jose joga para servir intensamente os ataques de Fleming, desvituando até a lógica e a dinâmica da modalidade.
It’s one thing to hear about the male advantage in volleyball: higher jumps, harder spikes, faster serves.
But it’s another thing to see it. Watch as male SJSU player Blaire Fleming dominates this women’s game—with a team-best 24 kills—on Saturday, 11/16.
We support… pic.twitter.com/W3dzKXJPNP
— Alliance Defending Freedom (@ADFLegal) November 20, 2024
E seja como for: Qualquer forma de participação de homens biiológicos em desportos femininos é aberrante e profundamente imoral.
Relacionados
13 Mar 25
João Contradição, de A dos Francos.
A forma como João Almeida deixou para trás Jonas Vingegaard na quarta etapa do Paris-Nice terá que ficar na retina dos seus compatriotas, gostem ou não de ciclismo. Porque tem qualquer coisa de icónico. Porque tem qualquer coisa de português.
7 Out 24
Momentos Épicos do Desporto Automóvel #02
A Toyota à beira do suicídio colectivo, em Le Mans; um duelo ao sol, na Califórnia, e dois ataques de nostalgia a que é difícil resistir. O desporto automóvel em modo bestial.
21 Set 24
Secretariat:
Breve Elogio do Cavalo Rei.
Nascido para vencer, Secretariat é o o cavalo rei dos hipódromos, tempestade equestre, veloz vendaval e esbelto monumento que a mãe natureza e o cuidado humano esculpiram em triunfal simbiose.
6 Ago 24
Atletas do Triatlo Olímpico vomitam à saída do Sena.
Os atletas do Triatlo Olímpico, obrigados a nadar nas águas infectas do Sena, não tiveram remédio senão vomitar convulsivamente. Há alguma coisa que esteja a correr bem nos Jogos da Distopia?
5 Ago 24
Comité Olímpico diz que pugilistas masculinos que lutam contra mulheres são vítimas de “agressão”.
É incrível, mas os senhores do Comité Olímpico tiveram a desvergonha de afirmar que os pugilistas masculinos Imame Khelif e Lin Yu-ting, inscritos na competição feminina, estão a ser vítimas de "agressão". E a Imprensa corporativa, ajuda.
2 Ago 24
Apogeu olímpico: Mulher resiste 46 segundos em combate de boxe contra um homem.
A italiana Angela Carini levou dois socos do argelino Imane Khelif e desistiu do 'combate'. Resta saber por que raio é que aceitou subir ao ringue, já que sobre a infame queda moral do Comité Olímpico estamos conversados.