O presidente Joe Biden anunciou a 12 de Dezembro que estava a conceder 39 indultos e 1.499 comutações de penas no que a sua administração chamou “a maior concessão de clemência num único dia na história moderna”. Mas não foi o conjunto de perdões dessa quinta-feira que chamou a atenção dos observadores mais atentos, porque os indultos discretamente concedidos anteriormente a espiões e pedófilos chineses são bem mais preocupantes e suspeitos.
O utilizador do X, Nick Sortor, publicou no X a lista dos libertos, comentando:
“Joe Biden acabou de perdoar vários espiões chineses e um indivíduo condenado por posse de pornografia infantil. PORQUÊ?”
Acontece que Biden não se limitou a comutar as sentenças destes criminosos – fê-lo discretamente apenas alguns dias antes do Dia de Ação de Graças.
Enquanto a maioria dos americanos estava a finalizar os seus preparativos para a festividade, o Presidente comutou a sentença de Yanjun Xu a 22 de Novembro. Xu foi condenado em 2022 por “conspiração para cometer espionagem económica; conspiração para cometer roubo de segredos comerciais; tentativa de espionagem económica por roubo ou fraude; tentativa de roubo de segredos comerciais por roubo ou engano”.
Mas, de acordo com o perdão presidencial, “é do interesse nacional que a pena de prisão relacionada com a referida condenação não seja cumprida na sua totalidade”.
Xu recebeu ordem para deixar os Estados Unidos e nunca mais voltar ou cometer qualquer outro crime contra os Estados Unidos, de acordo com o perdão.
Da mesma forma, o espião Ji Chaoqun foi condenado por “conspiração para defraudar os Estados Unidos; fazer-se passar por agente de governos estrangeiros e falsas declarações”. Ji chegou aos Estados Unidos em 2013 com um visto F1 antes de se alistar na Reserva do Exército dos EUA “no âmbito de um programa que permite que imigrantes legais com habilidades especiais sirvam nas Forças Armadas”.
De acordo com o procurador dos EUA para o Distrito Norte de Illinois, “Ji trabalhou sob a direcção de oficiais de inteligência de alto nível no Ministério da Segurança do Estado da Província de Jiangsu, um departamento provincial do Ministério da Segurança do Estado para a República Popular da China”.
Mas Biden comutou-lhe a pena. “Em 22 de novembro, Biden, sem fanfarra ou anúncio público, concedeu clemência a Ji e Xu”, informou o Chicago Sun-Times, observando que a mudança pode ter sido parte de uma troca de prisioneiros. É de notar que Biden não indica em nenhum dos documentos que concede a clemência a razão da sua decisão.
Damon Cheronis, o advogado que representou Ji, disse ao Chicago Sun-Times que ele não foi notificado sobre a clemência de antemão.
“Fiquei a saber na quarta-feira de manhã, quando ele foi libertado”, disse Cheronis ao jornal. “Não foi algo de que alguém tenha sido informado, incluindo o meu cliente.”
Facto ainda mais perturbador, Biden também concedeu clemência a Shanlin Jin, que foi condenado depois de “a polícia encontrar mais de 47.000 imagens e vídeos de pornografia infantil no seu computador”. Um desses vídeos alegadamente mostrava “um homem adulto a agredir sexualmente uma criança do sexo feminino”.
As três comutações teriam sido parte de uma troca de prisioneiros. Mark Sweden, Kai Li e John Leung foram os americanos presos na China que fizeram parte do negócio, segundo o Financial Times.
Mas as trocas de prisioneiros são normalmente saudadas pelo presidente e pelos media. Quando a jogadora de basquetebol Brittney Griner foi libertada da Rússia (em troca do homem conhecido como “Mercador da Morte”), Biden deu uma conferência de imprensa na Casa Branca para celebrar o regresso de Griner.
Da mesma forma, Biden organizou outro evento quando o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval dos EUA Paul Whelan foram libertados.
Então, porque é que Biden e a sua administração foram tão discretos em relação a esta troca chinesa?
Um presidente comprometido.
Estes indultos – e a descrição que os acompanhou – serão melhor compreendidos à luz de outros factos.
Como o Contra já noticiou, o regime Biden está a ajudar a China a comprar terrenos perto de bases militares americanas. Por que raio de esquizofrénica razão é que senadores democratas e burocratas do governo federal procuram facilitar a compra de terras em território americano, nas imediações de bases militares, pelo seu principal adversário geo-estratégico?
Por outro lado, o aumento do número de imigrantes ilegais chineses tem acompanhado uma intensificação da actividade de espionagem de Beijing nos EUA. O número de chineses a atravessar ilegalmente a fronteira com o México aumentou nos últimos dois anos, bem como o número de actos de espionagem de Beijing nos EUA.
Em Fevereiro de 2023, um balão espião chinês sobrevoou impunemente o território americano, passando até por importantes bases militares, sem que o Pentágono ou a Casa Branca se incomodassem muito com isso.
Por outro lado, são hoje do conhecimento público as relações que a família Biden manteve com entidades ligadas ao regime chinês, que incluiram negociatas e tráfico de influências e segredos de estado. Uma empresa de Hunter Biden ligada à China fez pagamentos mensais directos a Joe Biden e o filho do Presidente ameaçou empresários ligados aos serviços secretos chineses com o “rancor do pai”. Num texto deveras agressivo, Hunter prometeu que Henry Zhao se iria arrepender se não cumprisse as exigências dos Biden. Essas exigências relacionavam-se alegadamente com ‘pôr dinheiro directamente nos nossos bolsos’.
Joe Biden pode muito bem estar comprometido com os serviços secretos de Beijing. E daí não desejar que os indultos concedidos aos criminosos sejam anunciados como seria normal.
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