No momento em que a guerra na Ucrânia conhece um crescendo de tensões entre o Ocidente e a Rússia, os 32 aliados da NATO estão a discutir o aumento do valor de referência para as despesas com a defesa, que actualmente corresponde a 2% do PIB. Neste contexto, o líder político da NATO, Mark Rutte, afirmou que os cidadãos dos países membros da NATO devem “aceitar fazer sacrifícios”, como cortes nas pensões, na saúde e nos sistemas de segurança social, para aumentar as despesas com a defesa e fazer frente à “ameaça russa”.
Durante um discurso em Bruxelas, Rutte afirmou:
“Hoje apelo ao vosso apoio, a acção é urgente. Para proteger a nossa liberdade, a nossa prosperidade e o nosso modo de vida, os vossos políticos têm de ouvir as vossas vozes. Digam-lhes que aceitam fazer sacrifícios hoje para que possamos estar seguros amanhã. Digam-lhes que precisam de gastar mais na defesa para que possamos continuar a viver em paz, digam-lhes que a segurança é mais importante do que tudo”.
Não. A liberdade é mais importante de que tudo. E se a liberdade está sob ameaça na Europa, não será certamente por causa de Vladimir Putin, mas será precisamente por causa de indivíduos como Mark Rutte. E se a aliança Atlântica não se tivesse comportado de forma imperialista na Europa de leste, estávamos todos tranquilos agora, sem problema nenhum de insegurança. E se os europeus tiverem que sacrificar as suas reformas para viverem em paz, não é de todo com globalistas psicopatas e russofóbicos como o chefe civil da NATO que a vão conseguir.
O ex-primeiro-ministro holandês apelou ao bloco ocidental para “mudar para uma mentalidade de guerra” e exponenciar a produção e as despesas com a defesa, alertando para o facto de os 2% do PIB que a maioria dos aliados da NATO gasta com a defesa não serem suficientes, a longo prazo, para dissuadir potenciais adversários.
“Se nos mantivermos nos 2%, sim, estamos seguros agora, mas daqui a quatro ou cinco anos poderemos já não estar seguros e a dissuasão poderá estar demasiado enfraquecida para nos mantermos a salvo do que quer que aconteça na Rússia e noutras partes do mundo”
Rutte sonha com guerras perpétuas, à maneira do complexo militar e industrial americano. Mas os números dos gastos na defesa pelos países europeus já estão a aumentar há vários anos. E teriam que aumentar até à bancarrota de tudo para que a Europa fosse qualquer coisa parecida com uma potência militar.
O Secretário-Geral da NATO admitiu que, embora não existam ameaças iminentes para os aliados, o perigo está a avançar “a toda a velocidade” para a aliança atlântica, afirmando:
“Não estamos em guerra, mas certamente também não estamos em paz.”
Mas a verdade é que estaríamos completamente em paz se na Europa valorizássemos mais as nossas fronteiras do que as fronteiras ucranianas.
Rutte, que falava num evento organizado pelo grupo de reflexão Carnegie Europe, apelou aos cidadãos dos países da NATO para que digam aos seus políticos que apoiam um aumento das despesas com a defesa, mesmo que isso signifique “gastar menos noutras prioridades”, incluindo nesta conversa um corte nas reformas do cidadãos europeus:
“Em média, os países europeus gastam facilmente até um quarto do seu rendimento nacional em pensões, saúde e sistemas de segurança social. Precisamos de uma pequena fração desse dinheiro para tornar a nossa defesa muito mais forte e para preservar o nosso modo de vida. Dar prioridade à defesa exige liderança política. Pode ser difícil e arriscado a curto prazo, mas é absolutamente essencial a longo prazo. Não se esqueçam que na Europa, somos 10% da população mundial, mas gastamos 50% de todas as despesas do mundo em segurança social. Nesse sentido, penso que temos alguma margem de manobra.”
A margem de manobra evidente aqui, que Rutte não menciona, é o dinheiro que os países da União Europeia gastam a recolher imigrantes. Se deixássemos de gastar esse dinheiro, teríamos logo muitos biliões para destinar à defesa.
Mas segundo o tresloucado líder civil da NATO, os cidadãos europeus deveriam também dizer aos seus bancos e gestores de fundos de pensões que é
“simplesmente inaceitável que se recusem a investir na indústria da defesa. A defesa não está na mesma categoria que as drogas ilícitas e a pornografia. Investir na defesa é um investimento na segurança. É uma obrigação”.
Será que Rutte está a insinuar que os banqueiros e os gestores de fundos estão a investir em pornografia e drogas ilícitas? E será que acredita que a opinião de um cliente de um banco é ouvida pelo conselho de administração dessa entidade?
Quem parece estar sob o efeito de estupefacientes é o sr. Mark Rutte.
Os aliados da NATO têm vindo a discutir o aumento do limiar de despesa, esperando-se que uma decisão seja anunciada numa cimeira de líderes em Haia, no verão de 2025.
Com a economia russa empenhada em gastar cerca de 7% ou 8% do seu PIB em defesa até 2025 e o Reino Unido a aproximar-se de um valor de referência de 2,5%, os países da UE também estão a discutir a forma de intensificar os esforços conjuntos para aumentar as capacidades de defesa, após décadas de subinvestimento.
Andrius Kubilius, o recém-nomeado Comissário da Defesa da UE, está a propor várias opções, que vão desde a emissão de “obrigações de defesa” à reafectação de verbas destinadas a outros programas da UE ou à reorientação de fundos não utilizados.
O Banco Europeu de Investimento também alterou recentemente as suas regras para disponibilizar mais 6 mil milhões de euros para os sistemas de segurança e defesa da Europa, mas Kubilius afirmou que é “errado” investir tão pouco na defesa em comparação com o financiamento de tecnologias verdes.
“Em vez de um bilião de euros para o financiamento verde, temos apenas 6 mil milhões de euros para a defesa. Isto é errado, porque, na minha opinião, investir na defesa é investir na paz”.
Oito dos actuais 32 membros da NATO ainda não atingiram o valor de referência de 2%, incluindo países da UE como a Itália, a Bélgica e a Espanha.
Mas o que parece cada vez mais claro, é que os europeus vão começar a pagar ainda mais impostos para saciar a sede de guerra das suas elites dirigentes.
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