Aconteceu no domingo a queda do ditador Bashar al-Assad, na Síria, após uma ofensiva liderada pelo grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS). O grupo tomou a capital, Damasco, encerrando mais de 50 anos de domínio da família Assad. O tirano fugiu para Moscou, onde pediu asilo ao entristecido governo russo – leia-se Vladmir Putin.
A ação rebelde foi acompanhada de preocupação internacional, especialmente devido às ligações do HTS com o extremismo jihadista, embora o grupo afirme ter se distanciado das práticas mais radicais da Al-Qaeda nos últimos anos, o que ainda não foi comprovado.

A verdade é a seguinte: grupos formados por radicais islâmicos participaram da derrubada de Bashar al-Assad. Ou seja, provavelmente o ditador será substituído por algo ainda pior. E aqui no Brasil – deitado eternamente em seu opróbrio – descerebrados de direita (sim, pois existem acéfalos em todas as vertentes políticas) comemoram a queda de Assad pelo fato do mesmo ser amigo, e ter tirado fotografias, com o alcoólatra cleptomaníaco Lula da Silva, suposto Presidente deste país. O grupo terrorista Al Qaeda venceu na Síria. Cristãos serão linchados e massacrados, mas sobre isso pouco ou nada se fala, obcecados que todos nós estamos pela torcida de futebol na qual a política se transformou, em terras verde-amarelas.

Mas, e a gloriosa e onipotente Organização das Nações Unidas – ONU? Onde está? E seu poder supremo e global sobre todos nós, habitantes de meros “países” desta conjuntura globalista, por eles injetada nas próprias veias viciadas? O que está fazendo?

Uma das “preocupações” deste Organismo Internacional está sendo, no momento, a divulgação de que a “crise climática” (não era “aquecimento”?) é provocada pelo homem – e não só pelo homem, mas pelos “homens brancos” – segundo afirmações da United Nations climate advisor, Ayisha Siddiqa. Segundo ela – que é uma mulher branca – “este é o resultado do capitalismo, de anos de colonialismo, de anos de opressão racial, e a maneira de salvarmos nosso planeta é protegemos as comunidades mais vulneráveis entre nós, e isso inclui mulheres trans negras.”

Siddiqa é uma defensora norte-americana da justiça climática, nascida há 25 anos no Paquistão. Ela é cofundadora da Fossil Free University e Polluters Out e uma premiada defensora do clima e líder de empoderamento juvenil, nomeada pelo The Independent como uma das “100 do Clima”, as pessoas mais influentes na política climática em 2024. Ela liderou projetos internacionais focados na defesa do clima juvenil, engajamento político e educação.

Como uma das principais consultoras do Secretário-Geral das Nações Unidas, alcançou um progresso histórico na garantia do reconhecimento de crianças, promovendo a desproliferação de combustíveis fósseis e está trabalhando em negociações de financiamento climático e protocolos de transição de justiça. Além disso, atua como comissária na Comissão de Energia Centrada nas Pessoas da IEA.

Homenageada pela revista Time como Mulher do Ano pela defesa do clima, ela também é reconhecida como uma das líderes globais da “Ação Climática 30” da Business Insider. Uma “woke” repugnante, em suma.

Assad entregou a Síria ao Irã? Joe Biden resolveu intrometer os EUA na crise, apenas pelo fato de Donald Trump afirmar que “não é um problema nosso”? Cristãos serão massacrados naquele país? Mais um ponto de agravamento na pútrida conjuntura política internacional deste mísero ano de 2024?
Isso pouco importa à ONU.

Tal organismo move-se apenas no sentido de agravar as dissensões entre Rússia e Ucrânia, visando fazer eclodir uma tão sonhada terceira guerra mundial. Do mesmo modo este conglomerado dedica-se, com afinco, à propagação de todas as pautas “woke” – vide a versão paquistanesa de Greta Thunberg – e a abolição de fronteiras internacionais, emasculação do homem, masculinização da mulher (travestida de “empoderamento”) e redução drástica da população mundial, ainda que às custas de uma catástrofe bélica.
Se a OEA – Organização dos Estados Americanos – é hoje apenas um cabide de emprego para traficantes de droga aposentados e ditadores que caíram em desgraça, a ONU acolhe psicopatas de muito pior teor, e com um poder e influência infinitamente superiores.

Tais organismos para nada servem, além da imposição de interesses e pautas de pequenos e poderosos grupos. Não evitam guerras, não salvam pessoas, em nada melhoram vidas alheias: tudo se resume à propaganda, divulgação de ameaças mentirosas – clima, COVID, etc. – e o estupro escancarado das soberanias dos países envolvidos.
Da Síria à Ucrânia, de Israel à verdadeira guerra civil do tráfico de drogas no Brasil – que ninguém menciona – em nada disso organismos internacionais têm o direito de intrometerem-se. Apenas acordos entre as nações, bilaterais ou multilaterais, podem servir de alicerce para intervenções alheias às soberanias dos (justa e previamente) acordados.

E que ONU, OEA e mesmo a OTAN sumam do mapa.

Em nome de um mundo melhor.

 

 

WALTER BIANCARDINE
___________
Walter Biancardine foi aluno de Olavo de Carvalho, é analista político, jornalista (Diário Cabofriense, Rede Lagos TV, Rádio Ondas Fm) e blogger; foi funcionário da OEA – Organização dos Estados Americanos.

As opiniões do autor não reflectem necessariamente a posição do ContraCultura.