Nunca deixa de surpreender como é que uma nação que um dia dominou o mundo não consegue organizar um simples processo eleitoral tecnicamente fiável e minimamente tranquilo. E isto é assim já há décadas. Não é de agora.
Ao longo da madrugada, o Blogville reportou várias disfunções e avarias nos sistemas de registo de votos, que serão naturais num país do terceiro mundo, mas de difícil aceitação nos EUA. Enumeramos esses casos reportados (os horários são os de Portugal continental).
5/11 – 19h00: Um juiz da Pensilvânia aprovou uma petição para alargar o horário de votação até às 22h00, depois de uma “avaria” ter impedido os eleitores do condado de Cambria de registarem os seus votos. Pelo menos uma máquina de voto num condado da Virgínia terá tido uma avaria e foi desligada. O presidente da junta eleitoral local confirmou que foi pedido aos eleitores que passassem a utilizar boletins de voto em papel.
As máquinas electrónicas de votos deixaram de funcionar também, durante cerca de uma hora, em Beaver Township, Bay County, Michigan.
De acordo com o Presidente da Nação Navajo, Buu Nygren, os problemas com as máquinas de voto estão a causar perturbações nas assembleias de voto do Condado de Apache, no Arizona. Numa publicação nas redes sociais, o Presidente Nygren exortou os eleitores a não abandonarem os locais de votação sem terem votado, escrevendo: “NÃO SE RETIREM DAS ELEIÇÕES!”
5/11 – 20h00: Dois locais de votação no condado de Fulton foram evacuados por breves instantes na manhã de terça-feira, depois de terem recebido ameaças de bomba. De acordo com Nadine Williams, Directora de Registo e Eleições do Condado de Fulton, foram visadas cinco mesas de voto no total. Embora as autoridades tenham considerado as ameaças não credíveis, o Etris-Darnell Community Center e a C.H. Gullatt Elementary School foram evacuados durante cerca de meia hora. Ambos os locais foram reabertos e retomaram o seu funcionamento normal.
As máquinas de votação não estavam a funcionar em várias bairros judaicos de Nova Iorque. Em Scarsdale duas máquinas de voto falharam quando as urnas abriram esta manhã. Entretanto, vários scanners de votos em Park Slope, Brooklyn, estão alegadamente avariados, de acordo com os habitantes locais.
Grupos defensores da integridade eleitoral contestaram milhares de votos vindos do estrangeiro na Pensilvânia, argumentando que as pessoas que não residem no estado ou que não são membros das forças armadas não são elegíveis para votar nesse estado, de acordo com a lei estadual. No entanto, a lei federal permite que os americanos no estrangeiro votem no último estado onde residiram se não tiverem a certeza de quando regressarão aos EUA.
Problemas técnicos numa parte do condado de Luzerne, na Pensilvânia, causaram atrasos significativos, atrasando os potenciais eleitores na zona 2 de West Pittston durante quase duas horas. De acordo com o juiz eleitoral do distrito 2, as máquinas apresentavam uma mensagem de erro quando as urnas abriram. Enquanto os técnicos trabalhavam para resolver o problema, cerca de 100 eleitores receberam boletins de voto de emergência para preencherem à mão.
6/11 – 02h30: No Milwaukee, mais de 30.000 votos de eleitores ausentes tiveram que ser recontados, por problemas técnicos na primeira contagem. As autoridades chamaram os bombeiros e outros funcionários municipais para ajudar no escrutínio.
Na Pensilvânia, um grupo de arruaceiros tentou perturbar o acto eleitoral, provocando a evacuação de um centro de contagem.
JUST IN – Pennsylvania voting site evacuated as “disruptors” try to upset election result — DailyMail
— Disclose.tv (@disclosetv) November 6, 2024
6/11 – 02h30: Um legislador do estado de Rhode Island foi acusado de produzir e distribuir boletins de voto falsificados – causando confusão entre os eleitores. Apenas os candidatos democratas são visíveis no boletim de voto, sendo as linhas para os candidatos que representam outros partidos políticos completamente apagadas.
Os apuradores de votos terão deixado de funcionar nos condados de Monroe, Wayne e Oakland, no Michigan. Enquanto o condado de Oakland é considerado um termómetro no estado, Monroe é uma localidade fortemente republicana e o condado de Wayne engloba grande parte da área metropolitana de Detroit.
Além disso, um local de votação em Northville, Michigan – uma subdivisão de Detroit – foi permanentemente encerrado na manhã do dia das eleições devido a uma fuga de gás.
Considerando os problemas das máquinas electrónicas, e os milhões de dólares gastos nos equipamentos e nos processos judiciais e de auditoriaque têm espoletado, não seria talvez melhor que os americanos voltassem ao bom e velho método dos boletins de voto em papel?
Silicon Valley a fazer das suas.
Como não podia deixar de ser, os senhores do universo de Silicon Valley não resistiram à tentação da interferência eleitoral. Os eleitores da candidata democrata Kamala Harris foram ajudados pelo gigante da tecnologia Google quando perguntaram ao motor de busca onde podiam votar, mas a mesma consulta para o presidente Donald J. Trump não produzia nenhumas sugestões.
Ao escrever a frase “where to vote for Harris” (onde votar em Harris), o Google mostrava uma caixa de pesquisa “where to vote” (onde votar) para que os eleitores encontrassem a secção de voto mais próxima, juntamente com uma visão geral, dados de sondagens e outros tópicos relacionados com a corrida presidencial de 2024.
No entanto, quando a frase “where to vote for Trump” era introduzida no Google, o motor de busca não fornecia o mesmo serviço. Em vez disso, os principais resultados são artigos de notícias seguidos do sítio Web oficial da campanha de Trump, que tem a sua própria página com os locais de votação.
BREAKING: Google shows a ‘Where to Vote’ section with a map for Kamala Harris, but not for Donald Trump.
Google is the biggest corporate donor to the Democratic Party. pic.twitter.com/ckCcd3ifza
— DogeDesigner (@cb_doge) November 5, 2024
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