Um painel independente que investigou a tentativa de assassinato do ex-presidente Donald J. Trump num comício de campanha em Butler, na Pensilvânia, emitiu um relatório contundente, alertando que incidentes semelhantes “podem e vão acontecer novamente”, a menos que os Serviços Secretos passem por uma reforma séria. O relatório de 35 páginas, encomendado pelo Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, destaca os erros críticos cometidos a 13 de Julho, quando Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, abriu fogo contra Trump, ferindo-o na orelha, matando o manifestante Corey Comperatore e ferindo gravemente outras pessoas.

O painel criticou os Serviços Secretos pela sua complacência e falta de visão estratégica, apelando a uma nova liderança para resolver os problemas sistémicos da agência. No relatório, lemos:

“Os Serviços Secretos tornaram-se burocráticos, complacentes e estáticos, apesar da evolução dos riscos e dos avanços tecnológicos”

O relatório descreve pormenorizadamente os principais erros, incluindo a incapacidade de proteger o telhado do edifício de onde Crooks disparou e falhas de comunicação significativas.

O relatório sublinhou que muitos dos agentes de segurança envolvidos nem sequer fizeram um exame de consciência no rescaldo do ataque.

As conclusões do painel reflectem as de um relatório do Senado sobre Segurança Interna, que também condenou a forma como os Serviços Secretos lidaram com a manifestação de Butler. O relatório criticou os agentes por mostrarem uma “surpreendente falta de rigor” na avaliação dos riscos, com um agente sénior a desconhecer mesmo a disposição básica do local.

O painel instou os Serviços Secretos a contratarem novos líderes externos à agência, alertando para o facto de que, sem reformas fundamentais, futuros ataques poderão ser inevitáveis.

Como o Contra já noticiou, um relatório divulgado pelos próprios Serviços Secretos dos Estados Unidos sobre a tentativa de assassinato de Donald J. Trump em Butler admitiu que a agência foi responsável por numerosas falhas de segurança e de comunicação.

Trump regressou recentemente a Butler para um comício, prestando homenagem a Comperatore e aos outros apoiantes afectados pelo ataque.