É possível argumentar que a eleição presidencial de 2024 nos EUA é o acontecimento político mais importante das nossas vidas. Será certamente o acontecimento político mais importante das vidas dos americanos.

Este facto foi enfaticamente reiterado no passado fim de semana por Elon Musk em Butler, na Pensilvânia. Os comentários de Musk foram feitos durante um comício em que Donald Trump regressou ao local onde o tentaram assassinar, em Julho passado.

Musk elogiou Trump por ter demonstrado coragem e convicção “debaixo de fogo” e articulou perante a multidão presente por que razão acredita que as pessoas devem apoiar o ex-presidente, afirmando:

“Acho que esta eleição é a mais importante das nossas vidas. O outro lado quer acabar com a liberdade de expressão. Querem tirar-nos o direito à posse de armas. Querem tirar-nos o direito de votar.”

Estas palavras podem até parecer excessivamente dramáticas, mas, lamentavelmente, são verdadeiras.

Como disse Musk, “a liberdade de expressão é o alicerce da democracia”. A totalidade da experiência americana, em em grande parte de toda a experiência ocidental, assenta na capacidade discursiva dos homens livres.

Sem liberdade de expressão, as pessoas são incapazes de questionar a autoridade ou as narrativas divulgadas por aqueles que estão alinhados com instituições poderosas. Mas através dela, podemos desenvolver melhores leis e normas culturais mais fortes através da contestação, refutação e do debate no chamado “mercado de ideias”.

E é por isso que os leninistas-globalistas insistem tanto em impor um regime de censura. Em conluio com as grandes corporações financeiras e tecnológicas, e a imprensa corporativa, querem impedir-nos de exercermos o direito à liberdade de expressão, porque a livre troca de informações e ideias ameaça os seus interesses e a sua permanência no poder.

Se conseguirmos abrir um buraco na narrativa, esta deixa de ser legítima. Efectivamente, a lógica de cada uma das premissas globalistas é imperfeita, para não dizer falida. Por isso, a única forma de manterem o domínio ideológico é através da censura, da supressão da dissidência e da obliteração da democracia como a conhecemos.

E nesse ponto, Musk está certo também: 2024 pode muito bem ser a “última eleição” em que os americanos terão um candidato dissidente em quem votar. Porque se os democratas ganharem, será a curto e médio prazo praticamente impossível removê-los do poder.

Numa entrevista que concedeu a Tucker Carlson, gravada no domingo, Musk começa por afirmar:

“Se ele [Trump] perder, estou fxdidx. (…) Quanto tempo é que acham que vai durar a minha pena de prisão? Vou voltar a ver os meus filhos? Não sei.”

O patrão do X disse estas palavras em tom de galhofa, embora se perceba que ele está perfeitamente inteirado do risco que está a correr. Porque se de facto Trump perder as eleições de 5 de Novembro, é muito provável que seja judicialmente perseguido e acabe por ser condenado e encarcerado por uns anos largos.

E Tucker Carlson, que também entra na aparente paródia, que se acautele. Basta equacionar o que se está a passar no Reino Unido desde que Keir Starmer chegou a Downing Street para considerar que o pior que podemos imaginar, não é o pior que pode acontecer.

Afinal, se um ex-presidente e actual candidato à presidência pode ser vilipendiado como o mais reles dos homens, perseguido judicialmente como o mais vil dos criminosos, e alvejado como um boneco de palha, o que é que não pode ser feito a um mero magnata e a um simples jornalista?