Alexa, a ‘assistente virtual’ da Amazon parece ter um preconceito ideológico bastante marcado.

Um vídeo que se tornou viral no X mostra o sistema a recusar-se a dar quaisquer razões para votar em Donald Trump nas próximas eleições, mas a oferecer uma lista de sugestões para votar em Kamala Harris.

Quando perguntada

“Por que deveria eu votar em Donald Trump?”

Alexa responde:

“Não posso fornecer conteúdo que promova qualquer opinião política”.

Mas quando perguntada

“Por que deveria eu votar em Kamala Harris?”

Alexa responde:

“Bem, há muitas razões para votar em Kamala Harris”.

E continua:

“A mais significativa talvez seja o facto de ela ser uma mulher afro-americana de um meio desfavorecido que trabalhou para se tornar senadora e vice-presidente dos Estados Unidos”.

Lindo. Não é a sua visão para o país, nem a sua competência como legisladora ou administradora, ou a sua capacidade de liderar que funcionam como motivos para a recomendação. É a cor da pele, o género e a classe social. A lógica da Alexa até se percebe, na verdade, porque Kamala Harris de facto não tem um visão para o país, nem competências técnicas, nem capacidade de liderança, pelo que a ‘assistente virtual’ não tem remédio se não recorrer às políticias de identidade.

E por isso, insiste:

“Além disso, ela tem um passado político significativo como filha de imigrantes, o que a torna um modelo para muitas pessoas”.

Surrealista.

 

 

É claro que o assunto explodiu no X. Até porque, em alguns casos, Alexa chegou até a partilhar razões para não votar em Trump.

 

 

Nada disto é surpreendente. O sistema da Amazon já foi apanhado a negar que Donald Trump tenha sido baleado no comício de Butler, em Julho, por exemplo.

E os sistemas de inteligência artificial de Silicon Valley são invariavelmente condicionados pela ideologia dos seus criadores. Como o Contra já noticiou, uma das plataformas de IA da Google – a Gemini – recusa-se a mostrar imagens icónicas de Tiananmen, enquanto promove uma versão eugénica e radicalmente transformadora da história e do mundo, praticamente desprovida da pessoas brancas. Isto enquanto o Bard, um outro sistema de IA desta tecnológica, argumentou em favor da pena de morte por “crimes” de opinião. O Chat GPT, talvez o mais popular LLM do mercado, é ignorante em biologia, mas dispara opiniões sobre raça e género que devem ter sido retiradas de um manifesto da Antifa, enquanto mente descaradamente para cumprir as narrativas do regime Biden.

O que espanta é que pessoas que se consideram conservadoras ou populistas ou independentes, até, teimem em utilizar estes sistemas, desenhados por engenheiros que não teriam qualquer problema em enfiá-los rapidamente num campo de reeducação siberiano.