Robert F. Kennedy Jr. retirou-se da corrida presidencial em estados-chave e apoiou o ex-presidente Donald J. Trump. No entanto, vários estados sob controlo político dos democratas, como o Michigan, o Wisconsin e o Colorado estão a mostrar resistência em retirar o seu nome dos boletins de voto. Aparentemente, RFK terá que ser candidato, quer queira quer não.

No Michigan, as autoridades afirmam que é demasiado tarde para Kennedy se retirar da corrida. A porta-voz da secretária de Estado do Michigan, Jocelyn Benson, afirmou:

“Os candidatos de partidos menores não se podem retirar, pelo que o seu nome permanecerá no boletim de voto nas eleições de Novembro.”

A Comissão Eleitoral do Wisconsin também votou 5-1 na terça-feira contra a remoção do nome de Kennedy.

O Colorado, o mesmo estado que pretendeu excluir o nome de Trump dos boletins de voto, recusa-se agora a remover o candidato independente da votação estadual. No entanto, é um estado menos influente do que o Michigan ou o Wisconsin, inclinando-se de forma bastante decisiva para os democratas.

Já o Nevada permite que Kennedy retire o seu nome – na sequência de um acordo entre a sua equipa jurídica e os advogados do Comité Nacional Democrata (DNC), que tinham processado o candidato independente precisamente com o objectivo de o retirar do boletim de voto. O nome de Kennedy também está a ser retirado dos boletins de voto no Arizona, na Pensilvânia, na Florida, no Texas e em Ohio.

A Carolina do Norte continua a ser um estado a observar. De acordo com Patrick Gannon, responsável pela informação pública da Comissão Eleitoral deste Estado, Kennedy foi nomeado pelo partido We The People. Gannon diz que, se o partido retirar a nomeação de Kennedy, o funcionário deve avaliar a viabilidade de reimprimir os boletins de voto, com quase um terço dos condados já a iniciar o processo de impressão.

Nicole Shanahan, a companheira de candidatura de Kennedy, criticou os democratas numa entrevista em meados de Agosto, expressando o seu desapontamento com o tratamento dado pelo partido a Kennedy e dizendo que os democratas tinham perdido a sua bússola moral. Para corroborar as palavras de Shanahan basta fazer este exercício especulativo: Se Kennedy, em vez de cessar a sua candidatura em favor de Trump, o tivesse feito em favor de Kamala, quais seriam as hipóteses de o seu nome não ser retirado dos boletins de voto nestes estados?