Pavel Durov está em maus lençóis. Os promotores franceses acusaram o CEO do Telegram de 12 crimes, incluindo cumplicidade na posse e distribuição de pornografia infantil, venda e distribuição de narcóticos ilegais e fraude. A procuradora Laure Beccuau divulgou um comunicado na segunda-feira descrevendo as acusações contra Durov, que foi preso ao entrar em França no sábado, 24 de Agosto.

O comunicado afirma que as autoridades iniciaram uma investigação sobre estas acusações no início de Julho, incluindo a recusa em permitir que o estado francês acedesse aos dados dos utilizadores da plataforma ou recolhesse as informações solicitadas pelos forças policiais e os órgãos judiciais do país.

 

 

Uma outra acusação diz respeito à prestação de serviços de criptologia por Durov, sem declaração certificada, e ao branqueamento de capitais provenientes de infracções de um grupo criminal organizado. A procuradora Beccuau também acusa o director executivo do Telegram de permitir transacções ilegais na sua plataforma. Os advogados de Durov rejeitaram as alegações, estabelecendo o paralelo com os construtores de automóveis que não são acusados quando os seus produtos são utilizados para actividades criminosas.

E de qualquer forma, será talvez pertinente sublinhar que uma das garantias fundamentais que o Telegram oferece aos seus utilizadores é precisamente o carácter encriptado das mensagens que trocam, ou seja, a inviolabilidade desses conteúdos, que terão assim que permanecer privados.

Muitos críticos dos procuradores franceses apontaram a detenção e a acusação como uma questão de liberdade de expressão, incluindo a Rússia, país natal de Durov. A antiga espia e actual deputada russa Maria Butina considerou a detenção uma caça às bruxas e declarou que a liberdade de expressão estava morta na Europa.

Elon Musk, o proprietário do X (antigo Twitter), também se pronunciou sobre a detenção, publicando uma entrevista entre Durov e Tucker Carlson com o hashtag #freePavel.

Musk tem estado sob grande pressão da União Europeia, depois de ter sido acusado de permitir discurso de ódio e outras actividades ilegais. O comissário europeu Thierry Breton chegou a ameaçar Musk, exigindo parvamente que o bilionário censurasse uma conversa que publicou no X com Donald J. Trump, no início deste mês.

O CEO da Rumble, Chris Pavlovski, também interveio, afirmando que também tinha sido ameaçado pelas autoridades francesas e que a detenção de Durov estava a ultrapassar os limites do razoável, apelando à sua libertação imediata. Pavlovski acrescentou que a sua empresa “abandonou completamente a Europa”, depois de a plataforma de vídeo já ter saído de França e ter sido proibida na China e na Rússia.

Resta fazer uma pergunta, apenas justa: Porque é que Mark Zuckerberg, que preside à maior plataforma de redes de pedofilia do planeta – o Instagram – e à maior indústria de comercialização ilegal de dados pessoais de Silicon Valley, nunca foi preso à saída de um aeroporto francês?

Elon Musk tem a palavra: